Nelson foi percorrer, vistoriar as proximidades da casa. Isso ele faz todas as manhãs. E logo que começa o alvorecer. Na volta, ele chegou com a "cara enfarruscada" !
-O que você tem, Nego?
Perguntei preocupada com a suspeita de roubo de gado...
-Sabe aquele pé de laranja baianinha?
-Sei que aconteceu com o pé de laranja de umbigo?
-Não estava carregada?
-Tava.
-Pois não é que amanheceu somente com as pequenas e as verdes! Ah, se descubro quem é o lalau! Mas Deus é justo, vai me conceder essa graça.
Denilsinho que ouviu a conversa, perguntou
-Os nomes são das mesmas laranjas?
-São, vô. É que nesta região, são conhecidas por esses nomes.
-Ah, tá.
Nelson saiu em direção à varanda. Eu disse para Denilsinho:
-Seu avô vai sentar-se no banco para "quebrar a cabeça," até achar um jeito de "pegar" o "dono" das nossas docíssimas laranjas.
Sentado com as pernas cruzadas, curvado com o queixo quase batendo no joelho e rolando o chapéu entre as mãos, olhando fixamento o chão,( O jeito de pensar de Nelson,) quando precisa resolver uma situação vexatória... Sentei-me ao lado,
-Tinha casca de laranja junto ao pé?
-Não. Não desci até a divisa, de tão revoltado com este roubo! Que absurdo, já às vésperas dos festejos juninos!!! Se roubarem novamente, cadê laranjas maduras para chuparmos? Ainda mais que meu primo Nestor vem e gosta tanto delas! Eu também. Fizemos até uma aposta para ver quem chupa mais laranja! Bem, durante o dia não foi. Deve ter sido na "calada da noite," madrugada.
-Vô, vamos percorrer a propriedade, que certamente vamos encontrar uma pista.
-Vamos. Saíram em direção ao caminho que desce para o fim da propriedade. Me dei conta de que Denilsinho estava vestido,calçado adequadamente para entrar no mato. Com a roupa que estava, ficaria exposto a espinhos, picada de cobra... Chamei-o. Denilsinho, venha vestir camisa de mangas compridas, calça e calçar botas.
-Vá, vô. Desculpe-me, coma preocupação,não lembrei-me que vamos entrar no mato.
Falou Nelson. Após Denilsinho trocar -se adequadamente para a empreitada, se mandaram.
Passaram-se umas duas horas quando eles voltaram.
-E aí?
-Encontramos,sim, pista que nos leva a identificar pra onde o lalau pode ter levado nossas laranjas, pois deixou algumas espalhadas por onde foi.Eu vou achá-lo agora.
E saiu portão afora em direção da praça do lugarejo, a passos largos e determinados.
-Denilsinho, vem "quebrar" seu desjejum
-Vô saiu sem tomar café, vó.
-Quando ele está preocupado, aborrecido, não come, enquanto não acha como resolver o problema. E agora ele foi logo resolver.
-Vou ver as iguanas, depois irei à casa de Ritinha.
-O que você quer com Ritinha?
-Ela vai me ensinar onde estão os pontos de perigos na lagoa.
-que bom! Assim, fico menos preocupada, quando você for nadar.
Quando Nelson voltou, estava com o semblante de triunfo. Já fui perguntando
-Quem foi?
-Aquele homem do pé da ladeira.
-Coitado! Ele é muito pobre, quase miserável! só tem aquela choupana. E, se não achar quem lhe dê um dia de serviço, passa fome, coma esposa e os filhos! Nego, tenha pena dele. Pelas crianças. Se damos queixa, não tem como pagar, a família vai sofrer mais fome, ainda!
Que faço, então?
-Denilsinho que estava lá à bera da cerca olhando as iguanas e os micos, deve ter ouvido porque
veio apressado e disse
-Vô ofereça-lhe trabalho em troca das laranjas, sem dar dinheiro. E, explique-lhe que é para não prestar queixa. Mas avise que se repetir, o senhor presta queixa. Diga-lhe também que é em consideração às crianças Vô, por quê o senhor não dá-lhe trabalho na fazenda?
Um cara que me roubou!!!?
-Sim, Nego. Com ele trabalhando, tem salário. Certamente não vai mais precisar de se sentir "dono" das nassas laranjas.
-É, vô. Dê-lhe essa oportunidade. Assim, descobriremos quem realmente ele é.
-Sabe vô. você ter razão. Porque nunca tinha acontecido roubo, antes.
-Que acha, Nega?
- Acho uma ideia boa, essa do nosso neto.
-Então concordo. Vou falar com ele.
-Ê,ê, ê, gritou e pulou de alegria, nosso neto.
-Nego, vem tomar seu café.
-Vou mesmo. tô com uma fome!
Entrou foi direto ao lavabo, lavou as mãos, sentou-se à mesa onde já estava seu desjejum, começou a degustá-lo, mostrando o semblante feliz.
-O que você tem, Nego?
Perguntei preocupada com a suspeita de roubo de gado...
-Sabe aquele pé de laranja baianinha?
-Sei que aconteceu com o pé de laranja de umbigo?
-Não estava carregada?
-Tava.
-Pois não é que amanheceu somente com as pequenas e as verdes! Ah, se descubro quem é o lalau! Mas Deus é justo, vai me conceder essa graça.
Denilsinho que ouviu a conversa, perguntou
-Os nomes são das mesmas laranjas?
-São, vô. É que nesta região, são conhecidas por esses nomes.
-Ah, tá.
Nelson saiu em direção à varanda. Eu disse para Denilsinho:
-Seu avô vai sentar-se no banco para "quebrar a cabeça," até achar um jeito de "pegar" o "dono" das nossas docíssimas laranjas.
Sentado com as pernas cruzadas, curvado com o queixo quase batendo no joelho e rolando o chapéu entre as mãos, olhando fixamento o chão,( O jeito de pensar de Nelson,) quando precisa resolver uma situação vexatória... Sentei-me ao lado,
-Tinha casca de laranja junto ao pé?
-Não. Não desci até a divisa, de tão revoltado com este roubo! Que absurdo, já às vésperas dos festejos juninos!!! Se roubarem novamente, cadê laranjas maduras para chuparmos? Ainda mais que meu primo Nestor vem e gosta tanto delas! Eu também. Fizemos até uma aposta para ver quem chupa mais laranja! Bem, durante o dia não foi. Deve ter sido na "calada da noite," madrugada.
-Vô, vamos percorrer a propriedade, que certamente vamos encontrar uma pista.
-Vamos. Saíram em direção ao caminho que desce para o fim da propriedade. Me dei conta de que Denilsinho estava vestido,calçado adequadamente para entrar no mato. Com a roupa que estava, ficaria exposto a espinhos, picada de cobra... Chamei-o. Denilsinho, venha vestir camisa de mangas compridas, calça e calçar botas.
-Vá, vô. Desculpe-me, coma preocupação,não lembrei-me que vamos entrar no mato.
Falou Nelson. Após Denilsinho trocar -se adequadamente para a empreitada, se mandaram.
Passaram-se umas duas horas quando eles voltaram.
-E aí?
-Encontramos,sim, pista que nos leva a identificar pra onde o lalau pode ter levado nossas laranjas, pois deixou algumas espalhadas por onde foi.Eu vou achá-lo agora.
E saiu portão afora em direção da praça do lugarejo, a passos largos e determinados.
-Denilsinho, vem "quebrar" seu desjejum
-Vô saiu sem tomar café, vó.
-Quando ele está preocupado, aborrecido, não come, enquanto não acha como resolver o problema. E agora ele foi logo resolver.
-Vou ver as iguanas, depois irei à casa de Ritinha.
-O que você quer com Ritinha?
-Ela vai me ensinar onde estão os pontos de perigos na lagoa.
-que bom! Assim, fico menos preocupada, quando você for nadar.
Quando Nelson voltou, estava com o semblante de triunfo. Já fui perguntando
-Quem foi?
-Aquele homem do pé da ladeira.
-Coitado! Ele é muito pobre, quase miserável! só tem aquela choupana. E, se não achar quem lhe dê um dia de serviço, passa fome, coma esposa e os filhos! Nego, tenha pena dele. Pelas crianças. Se damos queixa, não tem como pagar, a família vai sofrer mais fome, ainda!
Que faço, então?
-Denilsinho que estava lá à bera da cerca olhando as iguanas e os micos, deve ter ouvido porque
veio apressado e disse
-Vô ofereça-lhe trabalho em troca das laranjas, sem dar dinheiro. E, explique-lhe que é para não prestar queixa. Mas avise que se repetir, o senhor presta queixa. Diga-lhe também que é em consideração às crianças Vô, por quê o senhor não dá-lhe trabalho na fazenda?
Um cara que me roubou!!!?
-Sim, Nego. Com ele trabalhando, tem salário. Certamente não vai mais precisar de se sentir "dono" das nassas laranjas.
-É, vô. Dê-lhe essa oportunidade. Assim, descobriremos quem realmente ele é.
-Sabe vô. você ter razão. Porque nunca tinha acontecido roubo, antes.
-Que acha, Nega?
- Acho uma ideia boa, essa do nosso neto.
-Então concordo. Vou falar com ele.
-Ê,ê, ê, gritou e pulou de alegria, nosso neto.
-Nego, vem tomar seu café.
-Vou mesmo. tô com uma fome!
Entrou foi direto ao lavabo, lavou as mãos, sentou-se à mesa onde já estava seu desjejum, começou a degustá-lo, mostrando o semblante feliz.