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Família. Estes são alguns de meus netos.

Gabinete Português de Leitura

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Eu Indo à Niterói.

    Hoje estou indo à Niterói levar Denilsinho, poque os pais não puderam vir buscá-lo, por conta do trabalho de ambos. Ele está de semblante triste, mantem-se calado e  de cabeça baixa, mostrando sua vontade de ficar aqui! Se dependesse de mim e do avô, nem é preciso dizer que nos era muito, muito  prazeroso tê-lo morando conosco.
    Com fé em Deus, a viajem vai ser boa.  Espero não ter turbulência... Minha preocupação é com Denilsinho. Na despedia, ele prometeu ao amigos  voltar em dezembro.  Nelson sorriu ao ouvir essa promessa  do neto, aos amigos. Que dizer de mim? Claro que fiquei contente! Mas Denilsinho tá neste momento na varanda olhando para as árvores onde as iguanas costumam ficar por mai tempo. Nelson e eu fingimos não ver tão triste cena! Seu desconsolo em voltar pra  Niterói, é tão evidente! Mas... Os pais só têm ele, as aulas vão recomeçar. Por  vários motivos ele não deve ficar aqui!
    De repente, ele voltou-se pra mim e perguntou;
    -Vó, em Niterói tem onde comprar carimã    -Certeza, certeza, não tenho. Mas na feira deve ter. Só que é muito longe  de sua casa.
    -Mesmo longe, vou pedir a minha mãe para ir ver se acha, porque não quero ficar sem comer bolo de carimã, até dezembro, não.
    Ah, tá chegando o carro que vai nos levar ao aeroporto. Denilsinho dirigiu-se ao local onde o carro ia estacionar, sem se despedir do avô. Nelson e eu nos olhamos nos dizendo nesse olhar que não  o chamaríamos  pra se despedir do avô. Sabiamos o quanto ele estava triste.  Despedir-se, deixaria-o mais triste, ainda. Despedi-me de Nelson, entrei no carro,  o motorista deu partida. e lavamos nós rumo ao aeroporto.


terça-feira, 2 de junho de 2015

Dona Expedita.

    Dona Expedita tinha duas filhinhas.
       
             Criava-as sozinha
             Pegava-se com Deus
             em favor das filhinhas
             Vê-las  sadias era o desejo seu

    Vivia lavando roupas,  prestando alguns serviços doméstico e até na lavoura, para ganhar o sustento na lavoura do cacau, no sul da Bahia.
    Um dia, que triste dia! Dona Expedita notou sua filhinha menor estava com o rosto um tanto... Opado!!!?Deus meu. Me acuda!Pôs -se a examinar a criança, viu que as mãos, os pés também estavam na mesma jeito!A pobre criatura não pode conter o pranto. Que aflição! E perguntava-se:o que esta menina tem? Não sai do berço. aina nem anda! [ a criança tinha nove meses de nascida]. Será vermes? Deixe-me ver a barriga. Não, não. a barriga não está com jeito  de quem tem verme. Na fonte comentou com as amigas. Cada uma tinha uma opinião. É anemia, é falta de boa alimentação...  E crescia em dona Expedita, a aflição.
    Médico? Só na cidade. Dinheiro para a passagem, como arranjar, se o que ganhava mal dava para a alimentação?  Pedir carona aos fazendeiros, cadê coragem?
   E dona Expedita chorava, chorava... Se afligia cada vez que olhava para a filhinha, erguia a cabeça e perguntava a Deus: que faço, Senhor, que faço? Se o pai dela não tivesse ido embora, ele daria um jeito. Pelo menos tinha mais dinheiro.
   Uma vizinha lhe perguntou: cuma tu dêxa ela quondo sai?   Discarça [descalça] se, roupa no chão puro? Se for assim, é isso que ttá fazeno mar pra a minina.
    -Dêxo no belço, e vistida. só sai do belço, quando eu chego qui tiro, carço a percatinha pra botar no chão Pra brincar com a irmã mai maió.
    -Qui mistéro!!!
    -É, sim. Eu tô u'a agonia, só! Num sei qui fazê. Os dia passano, a minina piorano...
    - Dona Expedita lamentava a falta de dinheiro. Cuma, cuma resovê, meu deus, essa situação? Essa pobreza ixtrema  tá matano minha fia.
    Na casinha de tipa de dona  Expedita não tinha energia elétrica. água encanada,  o piso era de barro batido. Móveis? Nem pensar.
    Um dia quando dona Expedita chegou, que ia botando a chave na fechadura, ouviu a filha maior dizendo; chêla, Nêna, chêla. [Cheira]  O coração dela quase saiu pela boca, de tão acelerado que bateu. E, ao invés de abrir a porta, ela espinhou por um buraquinho, na parede, viu a menina maior botando o pavio do cadeeiro no nariz da irmãzinha! Dona Expedita não estava acreditando no que viu. Entrou, sentou-se no caixão de sabão que usava com cadeira, pegou a filha no colo,  dizendo-lhe: você tá matano sua irmã! Isso num se fais, fia! O qui vou fazê pra tu dexar de dar o pavio do candeeiro pra sua irmã, chêrar, fia?  Eu dexo ocês suzunha pru qui num tenho com quem dexar. Se eu num  trabaiar, quem vai dá di cumer a nói? o qui vou fazê agora cum  essa situação, fia? Ó Deus me ajuda! a menina arriou a cabeça e toda dengosa dise: Quando a sinhora sair, leva o candierto, mamãe.
   

O Dia Após o SÃO JOÃO.

    Amanheceu chovendo, no dia após o dia de São João.  é bem-vinda essa chuva, porque o outono  foi seco, por isso a terra está muito seca. E com a chuva, minhas visitas acordarão mais tarde, eu descanso um pouco, antes de  começar as tarefas domésticas. Só Nelson não se deitou pra tirar uma soneca. Está às voltas com a arrumação, limpeza, dando ordens pra isso, pra aquilo... Pra desespero dos trabalhadores. Ao pensar no desespero dos trabalhadores, chamei Nelson.
    -Você não acha que eles estão cansados?
    -Eu sei disso.  Também estou.  Se não botar tudo no lugar, como fica?
    -Nego. O lugar não é mais importante que os trabalhadores! Elas precisam descansar.
    -Nega, você tem sempre razão. Obrigado por me alertar. como já começamos, terminada a arrumação e a limpeza, dou folga o resto do dia.
    -Ah, que bom! Obrigada por me ouvir. como são  agradecidos, tenho certeza que por isso, vão pedir a Deus, bênçãos pra você.
    -Tem razão Nega. Nossos trabalhadores são sim...Muitos a nós pelos gratos aos benefícios que  lhes damos.
    Mal Nelson chegou à porta, me chamou já dizendo: visita. Levantei -me num pulo, passei as mãos no cabelo, fui escovar os dentes, e fui ver quem veio nos visitar.  Olha quem me aparece. As duas amigas, interesseiras! e já estavam devidamente instaladas no banco. Não sei se foi Nelson quem mandou, ou elas se auto convidaram a sentar.
   - Bom dia, meninas.
   -Bom dia dona. cuma passa ou de onte?
    Responderam ao mesmo tempo.
  -De ontem? Vocês saíram daqui, hoje, depois s cinco horas!
  Nun é qui é verdade? Nói se esquecemo disso. Perdão,
    Disse Ritinha, toda desconfiada.
    Cadê Pedrinho?
    Perguntou a amiga de Ritinha.
    -Dormindo. Chovendo, ele aproveita pra descansar.
    Intão a gente já vamo. vortamo mai tarde. Inté lá.
   Certo. Respondi com secura na voz. não sei se notaram. Que meninas! São boas pessoas, Mas...pegajosas. Ai, ai, ai. Estas duas vão causar problema  pro meu neto. Se ele estiver interessado em alguma menina da área.  Hum, sei não! Fosse uma. Mas, duas interessada no mesmo rapaz, no que isso vai dar? Pedrinho não é bobo. Saberá administrar a situação.
    Deixei que dormissem até a uma hora, quando chamei-os para almoçar.
    -Com que vamos tomar café?  Perguntou a amiga de Pedrinho.
    -café!!!? A essa hora? não. Já é o almoço.
    -Almoço!!!? Ah, não vou comer bolo de carimã e de milho verde?
    -Vai, sim. No lanche da tarde. Certo?
    - Ah, tá bom.
    Após o almoço, descansaram um pouco, papeando sobre os festejos joaninos, e resolveram tomar banho na lagoa eu perguntei: porque na lagoa? vocês estão cansados.
    -Cansados, sim. Mortos, não.  porque vamos deixar de tomar um banho prazeroso, gostoso... na lagoa? Nunca!
    disse o amigo de Pedrinho. E os três puseram se a gargalhar prazerosamente. Pegaram seus pertences necessários ao banho, deram-me beijos nas bochechas e disseram uníssonos: FUI. Mas... As duas amigas  moças casadouras, Foram chegando.  Após os cumprimentos, Pedrinho desculpou -se dizendo que estava de saída. Sem dizer aonde ia
    E eu fiquei olhando-os sumindo no caminho, rumo à lagoa, pedindo a Deus, proteção pra eles. Foi visível a frustração no rosto delas. Convidei-as à sentar, mas Ritinha  respondeu  obrigada,  já vamo.  num sabemo se ainda vamo vortá. Parece qui Pedrinho num gosta de nói!
    É elas travaram uma luta romântica, FERRENHA, mas ao que parece deram se por vencidas.
    -eu estou enganado ,ou uma, quem sabe as duas estão de olho no nosso neto, no amigo dele?
   Perguntou-me Nelson.
    -Nele. as duas queriam Pedrinho.
    -Não querem mais?
    -Acho que desistiram.
    - Ele sabe disso?
    -Sabe. E soube conduzir a situação, sem vexame!
    Nisso, Denilsinho, que estava ao lado, olhando as iguanas, numa distância que dava para nos ouvir,disse de lá; quando eu ficar rapaz vou ser igual a Pedrinho. que lição ele deu!  agindo assim, nuca vai se encrencar, nem aborrecer as minas. SABICHÃO!



 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O Dia de São João.

    E o dia de São João, chegou! Pela manhã, a missa. À noite, ah. à noite!
 
            Muita animação!
            Todos ao redor da fogueira,
           Pertinho da mangueira,
           Felizes, dando  VIVA SÃO JOÃO!

    Foi assim, a noite toda!  Muito, muito licor. De jabuticaba, jenipapo, groselha, cacau... canjica, bolo de aipim, de carimã, de tapioca, de milho verde...  milho assado na brasa,assado na própria palha. Assado assim, é mais gostoso! Milho cozido,  amendoim torrado, cozido, forró animado,  a noite  toda! Ninguém dava sinal de cansaço. Ninguém! Muita gente vinda de todas a redondeza. todos com a alegria expressa no semblante e no sorriso. E era braço  em um, abraço em outro, abraço n'aquele lá... até parecia que eram felizes vinte e quatro horas por dia! O apertos de mão era bem apertado e... sacudido! Denilsinho me chamou  com a mão, e me perguntou:
    Vó, porque quando um  aperta a mão do outro, é com tanta força e sacudindo de tal modo que os braços se elevam  bem alto? Nossa!
    Ah, vozinha. talvez pensem que é assim que se mostram  a amizade.
    E foi assim até às cinco horas Aliás, o sol já vinha...
     
          ... Com  o amarelão  sereno
          do inverno,
          Pois Nosso Sempiterno,
          O quer reinando pleno.

   Graças a Deus, correu tudo na maior paz! Pedrinho e Ana, interpretaram bem, os noivos caipiras.  Estavam contentes,porque  foram muito elogiados, com frases: como estão lindos! Parecem que são noivos de verdade. Acho que vocês vão se casar... ao pé do altar, então, eles se fizeram convincentes! Os amigos de Pedrinho mostravam-se felizes, expressando a cada momento surpresa com isso ou aquilo, que nunca tinham visto na cidade.E era a primeira vez que passavam o São joão fora de cidade. Pra eles quase tudo , era novo. só tinham visto a quadrilha, o casório... pela televisão. Assim ao vivo, era emocionante! Toparam todas as brincadeiras. Fazer compadres e comadres de fogueira e  nem sabiam que existia essa maneira de se fazer comadre e compadre. E é levado a sério, É pra toda a vida!  Por exemplo, eu. minha comadre de fogueira que fiz aos doze anos, conservo até hoje. Outras tantas brincadeiras fizeram - os alegres.
    Nelson, apesar de cansado, vai, vem.limpando, arrumando todo, não deixa o sorriso morrer, nem quando está reclamando com os trabalhadores, mostra desânimo !
    Lembrei-me agora, as caras emburradas de Ritinha e de sua amiga Delza. Certamente com ciúmes Ao ver Pedrinho casando, embora de brincadeira, com Ana.
    Foi linda, bem alegre, nossa noite de SÃO JOÃO. Pois Nelson conseguiu armar a fogueira, maior que as outras. A altura que a labareda desta fogueira alcançava, era inacreditável! a queima de fogos causou algazarra, cachorros assustados procurando onde se esconder eles não gostam do pipoco dos fogos. São joão, sem fogos?...