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Família. Estes são alguns de meus netos.

Gabinete Português de Leitura

domingo, 13 de dezembro de 2015

A Mudança de Diná.


    Passaram-se meses do rebu que Diná passou no portão do colégio. ela anda muito calada, quase isolada dos colegas. Muitos deles não deixam-a em paz, soltam pilhérias, piadas... felizmente alguns dão-lhe consolo. Até hoje em casa, ninguém soube. Diná apreensiva, nunca mais foi à casa de colegas, nem levou algum ou alguns amigos, colegas à sua casa. Tem receio de encontrar alguém conhecido na rua, que saiba do ocorrido.
    Por mais que tente, não esquece aquela tarde. Pensa pedir aos seus pais que lhe matricule no período matutino, no ano vindouro. Só que vão questionar-lhe o porque? que beco sem saída! Ela comentou com os colegas que lhe confortam,
    -Por quê um cara que nunca tinha visto fez aquilo!!! Graças, nunca mais ele lhe apareceu.
    -Que não apareça, mesmo. Tememos do que você seria capaz de reagir, com uma atitude que faça-a parar no Juizado de Menores, de lá para a FEBEM! Santo Deus! Não é bom nem pensar. Conhecendo-a, como conhecemos...
    O leitor também a conhece.
    Diná está bem atenta.Antes de entrar ou de sair do colégio, espera alguém sair ou entrar, à certa distância pára. Olha para todos os lados. ao achar sentir-se na certeza de que o cara não está por perto do portão do colégio, segue em frente. ao sair, se não tem mais alguém para sair junto, ela abre o portão bem devagar, Espinha pra todos os lados. Novamente segura de que o cara não está por perto, ela sai.  
    Ela ainda sente muito ódio do cará. ah, como sente! O certo é que Diná nuca mais viu aquele cara pretendente a seu namorado.
    No caminho pra casa, na rua,ela não fita o olhar em ninguém, por medo de ver o sujeito. Pensa, pensa e não lembra de tê-lo visto antes.
    Diná tem razão em se perguntar porquê o cara sumiu. qualquer um outro no seu lugar, iria cobrar-lhe satisfação.
Ela agora é outra! Nem com seus irmãos, aos quais ela prometia de não mais aprontar e não cumpria, não apronta mais!!! A família se pergunta o que estará acontecendo com Diná? Doente,
namorando...?
    O que você tem, menina!!!?
    Nada, nada. Me deixa, me esquece.
    uma tia comentou: deve estar apaixonada e não é correspondida. Tadinha! tão nova e já sofre os males consequentes do amor!
    Um irmão falou:
    - Ela mudou. E muito!!!

   

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Outra de Diná.


    Diná completou quatorze anos. Simpática, extrovertida, mostra saber o que quer da vida, que tem os pés no chão, inteligente e dedicada aos estudo.  Nunca perdeu um ano! Não é de admirar? Armadeira do jeito que é,Deixa-nos a impressão de desinteressada ao estudo.
    Só que não esquece de "armar" suas estripulias. Sabe o que armou com um pretendente a namorado dela, quando esse declarou-lhe seu interesse em namorá-la? Marcou hora, local  para o encontro. armou todo o plano. Chamou a prima. Por sinal, feiosa de rosto, corpo desengonçado, mas... pasmem! Dona de um uma cabeleira...assim... invejável! Isso mesmo que estou dizendo. Tenho certeza  de que qualquer mulher sob o céu, desejaria aquela cabeleira. Ah, tenho certeza, sim. Muito alta. Para média da população feminina no Brasil,  já está ficando "pra titia". Claro. Com o perfil que tem... faltam, claro, pretendentes.
    Voltando à "armação," Diná chamou a prima. No momento esqueci-me o nome da coitada.
    -Tenho um recado pra você.
    -Mesmo?
    -É. Um rapaz. Talvez você até conheça, mas não sei. Bem. Ele quer namorar com você. Disse que vá se encontra-lo, hoje, às dezoito horas, na ponte xxxxxxx, ele vai estar embaixo do pé de muruci Ele soube escolher bem, a árvore, porque o pé de mirici está lindo todo florido! A copa está .... exuberante!
    -quem é ele?
    -Ah, não digo. você vai saber quando chegar lá.
    Eremita,[ hum!lembrei o nome dela!] arrumou-se. Colocou um vestido amarelo, na altura do meio das coxas por sinal muito finas, decote em V, [  para mostrar o quê, não sei, pois que não se via nada sob o decote! Tadinha da coitada! A natureza deixou-a desprovida de seios!]  Fez um coque bem no alto da cabeça, fazendo-a parecer ais alta do que já era. calçou sapatos escarpan de saltos muito altos para a caminhada no mato, grama rama e até lama. batom vermelhão finalizando com um perfume. Lá se foi toda feliz.
    Ao chegar no local viu o rapaz fitando o caminho por onde ele sabia que Diná viria.
    -Oi. boa tarde. Cheguei.
    O rapaz olhou sem esconder seu espanto, desapontamento... saiu numa disparada como um corcel  no seu galope mais acelerado.
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domingo, 8 de novembro de 2015

Meu agradecimento a Deus.

    Agradeço a Deus  de ter me dado  nove  da sua mais perfeita criação, as vezes em que a Ele recorri e fui agraciada com seu atendimento satisfatório. às vezes o atendimento vinha rápido. Às vezes demorava um pouco, mas vinha. Ele nunca me "deixou na mão" Não fossem tantos que dariam até um livro, eu contaria aqui. Esses socorros que Deus dispensou a mim.  As graças que dEle recebi,  nem dá pra contar!
    Na criação, na educação dos meus filhos, então! Aqui Ele foi minha coluna de sustentação. Se me faltasse a fé...isso. Eu teria sucumbido, sim! Pois criar, educar ainda trabalhar? Ai, ai, ai! Deus certamente não parou pra pensar se eu merecia ou não Sua Graça. Ele não me deixou cair com as reveses da sorte.
    Hoje, ainda enfrento adversidades!!!Eu não deveria viver num mar de rosas? Deveria. Mas... contínuo é o sofrer pra quem é mãe de uma prole grande! Cada filho com um pensamento diferente do do pai, do meu, dos irmãos. Pense. Não fosse eu contrita com Ele, o que teria sido da minha vida?
    Não nego pue tive uma ovelha desgarrada, que por seu mal escolhido caminho, me mergulhou em   amarguras, dívidas... mas Deus é Pai. Então vou vivendo "numa  boa", nessa cela sem grade em que esse filho me colocou! Deus me mantém ERGUIDA! Obrigada, meu Deus. Que poder ingente, tens!
    Tenho que agradecer profundamente ao seu, nosso,  Deus. Sabem, pra isso me faltam as palavras? Será que é poque não alisei os bancos da universidade? Talvez sim, talvez não. Mesmo assim não devo, não QUERO deixar de registrar meu agradecimento a Ele. OBRIGADA, meu DEUS.
   

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Meu Rolé. Dominical.

     Hoje, domingo, fui dar meu costumeiro rolé pelos arrebaldes da cidade. Após uma hora mais ou menos, parei pra descansar. bizoei pros cantos,  vi uma mureta.  Nela sentei-me, e, continuando bizoiando para me situar. Ah! Este bairro é xxxxxxx!!! Nossa! nunca imaginei que existe esta parte. Só passo lá por cima.  como.
    Como a mureta fica sob uma árvore, fiquei comadamente  instalada e refrescada pelas amenas lufadas do vento, que desconhecendo o trabalhão que tenho  em me arrumar pra sair, sem cerimônia fazia farra na minha cabeça desalinhando meus
"arames" mantidos lindos à força da chapinha!Ah, mas a fresca tava tão gostosa, que lembrar de cabelo arrumado, agora? Xa pra lá.
    Quem tem vista boa, vê o que quer e o que não quer.  coisas boas, ruins, bonitas agradáveis e vice-versa. Então vi um rapaz  assim...Tísico, muito alto, cabelo carapinha negro, Mas o semblante mostrando que já foi bonito! Atrás dele vinha um garoto talvez tenha uns 10 anos. jeito manso, olhar perspicaz,  antes que o rapaz arriasse no chão os trecos que trazia, disse:
    -Pai, trago a quela cadeira prà vó?
    O rapaz olhou  com  olhar reprovador, acho que automaticamente lembrou-se das boas maneiras, enterneceu o olhar,e respondeu:
    -Craro  fio, craro.
    E lá se foi o garoto na sua celeridade própria da sua idade, atravessou a rua, em busca da cadeira. E me pus  peguntar por que em pleno século 21, ainda existem pessoas Falando pedradas, assim? Analfabetas, ou força do hábito? Ruminando esse e outros penares similares e ao mesmo tempo observando a arrumação que o rapaz faia no passeio, bem à minha frente. Pegou uma armação de metal bem oxidada, (a armação estava encostada na árvore que me ensombreava)pegou uma porta de compensado já se desmanchando, pôs na armação, forrou-a com i-uma toalha esfarrapada, no entanto, limpinha! Começou a distribuir as coisas que estavam num balde grande, e em outro de margarina. 2 bonecas Barbie bem estragadinhas, um ioiô. 3 cachepôs de madeira, Uma embalagem de margarina xxxxx cheia de bolas de gude, Não contei, mas parece-me que tinha 4 pares de sandálias infantis, muitas fitas aquelas do Senhor do Bom Fim, ou Bonfim? A memória me traiu!!! Também, ela já tem xxxxxxx e melhor esquecer.  Ah, lá vem o menino com a cadeira.
    -Seta aqui, vó.
    Sentei-me, a cadeira deu uma deslizada, quase me derrubando! Me ajeitei e agradeci com um carinho no rosto do garoto, sem deixar de acompanhar a arrumação do rapaz. Quanta bujiganga! Será que é pra vender? e tem quem compre!!!?
    Agora ele atravessa a rua, após subir o passeio, dirigiu-se ao protão de uma casa em ruína . Abriu o portão e entrou. Na volta veio com um aspirador  e outos apetrechos para lavar carro.  No exato


Pe

O São João Avançado de Pedrinho.


    Fui passar o são joão no interior. Levei meu neto Pedrinho. Ativo como e, descascou coco, debulhou milho...
    Foi escolhido para ser o noivo, fazendo par com Mariazinha. Aceitou prontamente.
    Preparamos a roupa para o casório: chapéu de palha rasgado, lenço vermelho para o pescoço, outro para o bolso da camisa xadrez também vermelha, calça jeans com remendos estampados na altura dos joelhos, meias brancas e sapatos de couro cru. As costeletas e o bigode ficaram bem pintados com carvão.
    Pedrinho empanturrou-se de laranja, canjica e pamonha de milho, bolo de aipim,de carimã, milho assado na brasa na palha, arroz doce, amendoim... queria até beber licor!!! Não permiti. Lembrei-lhe que só tinha nove anos! Ofereci doce de jenipapo.
    ao redor da fogueira, ele soltou buscapé, traque, bombinhas, pulou fogueira com Joana, dançou forró e encantou-se com a quadrilha, pois, só conhecia pela televisão!

    Assustou-se com o estrondo do rojão. enfim, chegou  a hora do casório! Mariazinha, apesar da gravidez em evidência, estava linda! O vestido bem florido, rodado, cheio de babados e abaixo dos joelhos. duas tranças com laços de cetim branco, véu caudaloso, passadeira florida e a maquiagem no padrão joanino.
    Bem, o padre fez o casório. Então, ouviu-se o tradicional Viva os noivos! e quando o frei disse: pode beijar a o rosto da menina, Pedrinho olhou de soslaio para o padre e...tascou aquele beijo na boca de Mariazinha, deixando todos os presentes boquiabertos,espantados...





segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Mais Uma de Diná.

    Diná tinha prometido deixar de exercer suas travessuras malvadas. Mas... num certo dia, dia no qual sua irmã, Diva tinha que dar um recado a mando da mãe de ambas, à dona Nilmaria. Diná não resistiu à mais uma travessura.  e a coitada e ingênua irmã, sobrou!
    Quando diva se arrumou para ir dar o recado a dona Nilmária, perguntou a Diná qual era o pé direito e o esquerdo das sandálias que calçaria. Minha sandálias são tão lindas! Nossa mãe é pobre, mas que bom gosto  tem! Olha com as tiras são bem trançadas, o azul turquesa lindo, Lindo! Diná ensinou. Errado. Mas a garota na sua ingenuidade não percebeu no rosto da irmã a sonsidade estampada.
    A menina saiu  toda faceira, saltitando no seu vestido branco de babado na saia e um laço de fita também branco, bem feito, na cintura. Duas tranças  trazidas para frente dos ombros, com laços de fita azul.
    quando Diva saiu do caminho da casa, até onde começa a estrada e acesso às outras localidades, ela
                                  Até se atrapalhou.
                                 Mas rapidinho lembrou.
                                 E pula pra lá...pensou:
                        Será que lembrarei o recado que mamãe mandou?

    De repente ela notou que as pessoas olhavam demoradamente pra ela. Passau a mão na cabeça, Olhou o vestido. Não estava amassado nem apertado ou folgado. Desceu a vista para os pés, achou que as sandálias estavam bem.  Pensou: talvez não me conheciam. É, deve ser isso. Tadinha! Ela sacudiu a cabeça para espantar a os pensamentos ao seu estar apresentável, e se mandou, toda contente, pois acabou de lembrar que lembrou-e de todo o recado para dona Nilmária.Seu pensamento pulou para a mãe. Tão pobre! E

                              De pequena estatura
                              Pouca. Quase nada de cultura,                    
                              Mesmo quase culta,
                              Se preocupa com a vida futura...

                              Das amadas filhas
                              Deseja pra elas, uma vida... fina.
                              Pede proteção Divina,
                              A saída desta pequena ilha.

    A menina tem certeza que é esse o pensamento da sua mãe.
    Ao aproximar -se da casa de dona Nilmária, viu um grupo de crianças jogando pião. Cada qual mais enfitado que outro, maiores, menores...  Um deles olho atentamente para os pés de Diva, cutucou outro, este cutucou o mais próximo. Enfim, todos foram cutucados, então o garoto apontou para os pés de diva. Ah! que alarido, algazarra, fizeram! Rápido,ela entendeu que era com ela, aquela gozação alvoroçada e desmedida! Não pode conter as lágrimas! Paralisada com estava, não conseguiu sair dali, perguntar o que estavam vendo de errado e feio nela. E gritavam a todo vapor.

                                Cinderela perdeu  o sapato de cristal
                                Mas esta amarela,
                                por sinal, também bela
                                Calçou-os errados. Foi mal.

    E bisavam o foi mal, sob risadas. Risadas não. Gargalhadas e assovios. A menina só chorava.    Que petizada sem respeito! Deseducadas... De repente,  a poucos metros, abriu-se uma porta na qual apareceu uma senhora gorducha e enorme na sua estatura, perguntando bem alto. Que vocês estão vendo nesta criança, para infernizá-la dessa maneira? Está descabelada, suja, esfarrapada? mesmo que estivesse assim, não e´pra fazerem chicana. é pra ter respeito, porque ninguém nasce pobre querer E pobreza não é defeito. Eles apontaram para os pés de Diva, saindo em debandada.
     A senhora aproximou-se da menina abraçando-a, dizendo que tudo passou.
    -Quem é você, menina?
    Sou diva. Filha de Edenilda.
    -Ah, minha amiga.  Como está sua mãe?  
    -Tá bem. Vim trazer um recado que ela mandou.
    -Sim, sim. Primeiro vamos  lá pra casa, se acalmar, Depois você me diz.
    Chegando em casa, dona Nilmária mandou Diva sentar-se no banco e disse
    -Que cambada! ninguém nasce sabendo. Porque eles ao invés de lhe ensinar a calçar, fizeram aquela algazarra toda, não lhe ensinaram  com respeito, que suas sandálias estão erradas?  Também podemos nos enganar, ao calçar os pés.
    -Não, não, dona Nilmária. foi Diná que me ensinou. Foi mais uma de Diná. Eta diná!
                             
                                   
   


                               

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Meu Rolé.


    Neste domingo fui dar meu rolé, com de costume. Caminhei, caminhei... o cansaço bateu! Parei bizoiando para os quatro cantos. Vi uma mutreta à poucos passos do outro lado da rua. Fui. Sentei-me. novamente bizoiei ao redor para me situar, qual não foi minha surpresa! Eu estava no fim de linha do bairro xxxxxxxx. Nossa! Pensei atolemada. Jamais imaginei ter essa parte do bairro. Só passando de buzu lá por cima...
    Respirei fundo para enebriar-me da brisa fresca em lufadas que o vento soprava em mim toda, certamente por ignorar o trabalho, a despesa que me dá mante  meus "arames" arrumados, Por força da chapinha, ele  eriçou-os , sem cerimônia!
    De repente, vi um rapaz alto, muito magro. Posso dizer... Tísico! Logo, lobo. vieram-me lágrimas aos olhos. Ele veio em direção de onde eu estava sentada. Arriou os apetrechos que trouxe no chão,
    -Bom dia dona
    -Bom dia, moço.
    foi nesse exato momento em que respondi meu bom dia, que ouvi a voz dum garoto
    -Pai, não é bom trazer aquela cadeira pra ele se sentar?
    -Craro, fio,craro
    -Vou buscar
    E lá se foi para o outro lado da rua. Parou em frente a uma casa em ruínas bem avançadas. constatei naquele momento o quanto o tempo é impiedoso! Aquela ruína mostra que foi linda, imponente... como não sei bulufas de arquitetura, não me arrisco em dizer o estilo Só afirmo que colonial, não era.Se era Vitoriano... sei não, sei não.
    fiquei a pensar  porque no século 21 ainda existe pessoas analfabeta ou semi analfabeta, e me qual dos 2  entra o rapaz.  Enquanto eu divagava a pensar na situação dele , ele já tinha pegado uma armação de metal bastante oxidada que estava apoiada na árvore junto da mureta onde eu estava sentada, abriu-a na calçada, pegou 1 porta de madeirite também  Muito estragada, pôs-a em cima da amação, estendeu 1 toalha outrora boa e bonita, pois que agora, ela está em farrapo!  Começou a botar  coisas naquela mesa improvisada, 2 bonecas Barbie, 1 caixa de margarina xxxxx cheia de bolas de gude, 1 ioiô, 4 piões, Não contei, mas eram uns  de vários pares de  sandálias infantis,  alguns pares de meias também infantis,  1 boneco bem estragado, (ainda da Estrela)  Fiquei estarrecida, me perguntando se alguém compraria tais coisas naquele estado de conservação.
    Lá vem o garoto com a cadeira. O pobrezinho mal conseguia segurá-la Era pesada para o porte físico dele! Novamente viam lágrimas aos meus olhos.  Ai, ai. ai. hoje estou muito emotiva!!! colocado a cadeira junto a mim,
    -Senta qui, vó.
    -Obrigada. você é muito gentil.
    -Mamãe antes de morrer, me ensinava a ser educado. Dizia que temos de dar passagem e cadeira para os mais velhos, Ajudar a atravessar a rua, se visse um idoso com peso, ajudasse a carregá-lo... não  me recusasse a ajudá-lo, de maneira alguma, por que "você tem pai, tem mãe e vai ficar velho".Ela morreu, mas continuo fazendo tudo que ela me ensinou.
     -Muito bem! Praticando o que sua mãe lhe ensinou você vai se dar bem na vida.
   _ menino se despediu de mim e do pai, e fiquei sem ter com quem conversar, pois naquele momento o rapaz  estava dispondo  uns apetrechos  que servem para lavar carro. Um balde com capacidade para mais ou meno quinze litros, um aspirador, pedaços de espuma de três tamanhos,Garrafas pet,com detergente quer dizer, acho que era detergente ,pois os líquidos borbulhavam quando ele agitou um pouco uma das garrafas, um liquido era azul,um verde o último era incolor. duas escovas plástica, uma escova dental branca, uma mangueira. Latas de cera. ele ia desenrolando a mangueira, quando parou um carro e o motorista desceu perguntando :
    -Pode ser agora?
    -É pra já.
    naquele momento ouvi um ei do ouro lado da rua. Olhei na direção de onde veio o grito .Um rapaz sem camisa com uma bermuda de marca, no entanto muio estragada de sandália de dedo desgastadadas  sentado num banco bem velho mas ainda mostrando que já foi branco. Ao gritarei, já foi dizendo no mesmo fôlego:
    -você tá tomando cliente dos outros?
    -O que, rapaz? qui conversa é essa? Eu tô aqui  pra trabaiá. num saí atrais de ninguém, não. ele qui veio. tenho arguma curpa? Mi dêxe,tá?
   -Você é sonso, cara! lhe conheço não é de agora,não.
    um outro que estava ao lado falou algo que não deu para eu ouvi. Mas o primeiro  estava exaltado, falou mais alto ainda. que nada! Ele é sonso mesmo. Tomou o cliente do cara lá de baixo, agora esse lavava com aquele lá em frente da xxx, e você Vem defender dizendo que é porque ele trablha bem e rápido?
   -O rapaz levantou as mãos disse algo que pelo movimento dos lábios, imaginei ser: tá bom, tá bom.
    Fiquei  surpresa com o que acabava de assistir Nunca passou pela minha cabeça que lavar carro também tem concorrência! E acirrada!!! Levantei-me agradeci  a cadera, deixei um abraço para o garoto e Fui!
   



quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A Perseverança de Seu Dinaldo.

        Seu Dinaldo era pintor. Tinha quarenta anos, casado, um filho de nove anos de idade, muito esperto. Mas seu Dinaldo não estava mais contente com sua profissão! Subindo e descendo em andaimes, pintado paredes de prédios, lhe deixava pra lá de chateado! Não, não podia continuar assim. a labuta era pesada, pouco remunerada...sua inconformação era tanta, que o levou a ter uma ideia não digna. Mas...
    Seu dinaldo pensou, pensou, um dia, resolveu por em prática.
    No dia em que decidiu por seu plano em ação, chegou capengando da perna direita, na empresa onde trabalhava. O chefe imediato perguntou-lhe:
    -O que aconteceu co sua perna?
   -Sei não.  Na semana passada, senti u'a dorzinha nessa perna, logo que me levantei.  Só que nem senti quando passou, que nem lembre dela. hoje, tô assim.
     -Vá ao médico, no térreo, sala três.
   -Sim senhor.
    O médico pegou a perna, levou pra lá , trouxe, subiu, desceu, a cada movimento, seu Dinaldo contorcia se um pouco, menos, mais, fingia que ia gritar. O médico prescreveu  Remédio e disse-lhe pra ficar em casa por cinco dias.
    ao término do prazo, seu Dinaldo retornou ao trabalho, mancando e leve, mostrando sinal de melhora. Seu chefe deu-lhe tarefas que não era preciso subir em andaimes. Ele ficou contente!
     no dia seguinte, ele com sonsidade disse ao chefe :
    -acho que dá pra subir no andaime, não?
    -Não, não Espera mais uns dois dias, rapaz! pra que pressa?
    E assim  seu Dinaldo fiou os dois dias. pintando peças, pra na~subir em andaimes. Esses dois dias terminaram na sexta-feira. No sábado, o chefe deu -lhe ordem para subir no andaime e pintar a fachada do edifício. Ele foi. Trabalhou bem. Ao fim do serviço, foi pra casa sem mancar.
    Na segunda-feira, lá pelas onze horas ele começou a mancar bem pouquinho. Seu chefe percebeu.
    -Voltando a mancar. Vá novamente ao doutor.
    fingindo-e-se em dúvida, ele perguntou
    -será preciso mesmo, chefe?
    -Vá. é uma ordem. não quero problema no futuro para a empresa, senão perco meu emprego, rapaz.
     Lá se foi ele vestido de sonsidade,
    -Doutor, acho que o chefe tá exagerando!
    Não está não não.
    nova receita, mais, dez dias em casa..
    Oba! Dez dias recebendo sem trabalhar, é bom! Muito bom!
    Voltando ao trabalho após os dez dias, ele chegou sem capengar. o chefe  deu-lhe uma palmada no ombro, desejou lhe feliz retorno. Novamente o chefe não lhe permitiu subir em andaimes, por toa a semana.
    Retornando na segunda-feira, Seu Dinaldo Chegou à empresa capengando bastante. O chefe apresou-se em mandá-lo ao médico. Este por sua vez, preencheu umas requisições, ao entregá-lhe, ensinou onde levar, deu logo o endereço.  quando mostrou ao chefe, este disse;
    -Vou mandar lhe levar no carro da empresa.
    -Eta coisa boa! Melhor que isso, só outro disso.
    Seu Dinaldo saiu do I.N. S.S. , direto pra casa, aguardar a aposentadoria. Um, dois. três, no quatro mês, chegou aviso do benefício no banco xxxxxxx. agência xxxx-xx. rua xxxxxx xxxx, número xxx Como ele morava na beirada, do Município, teve que aguardar por dois dias quando sairia a lancha para a cidade.
    Foi com muita ansiedade que ele foi dormir na véspera da ida ao banco.  Até sonhou que estava pescando, e ao acabar a pescaria foi andar não conseguia. Acordou às quatro horas porque a lancha saia às cinco. Pôs os pés no chão, tentou sair do quarto. que tá acontecendo comigo!!!? Não posso andar!!! Tentou, tentou. Nada. Em pânico, chamou a esposa  que, atendeu imediatamente ele lhe disse a situação. Ela tentou ajudá-lo a sair do quarto e não conseguiu! Correu desesperada á porta, pedindo por socorro. A vizinhança acorreu pra socorrer. ao darem-se conta de que ele realmente não andaria, levaram para o banheiro e arrumaram-o, levaram ao porto, embarcaram-no na lancha.
    No banco foi com a ajuda dos amigos que resolveu tudo. enfim, recebeu seu benefício referente á sua aposentadoria!
    Já em casa , quando os vizinhos o deixaram devidamente acomodado numa cadeira da sala, que se despediram e se foram, prometendo ajuda sempre que fosse preciso, ele agradeceu dizendo que jamais esqueceria a ajuda deles.  chamou a esposa, deu-lhe o dinheiro para guardar. na saída dela, o filho  Disse-lhe: parabéns, papai! O senhor é muito perseverante! Perseverou, perseverou e venceu! Conseguiu realmente ficar inválido.


   

   

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Diário da Semana do Natal.

    Vinte de dezembro. Foi o dia em que Pedrinho chegou para passar o Natal conosco. Saltou do carro todo alegre e sorridente. Como já é de costume, o casal de amigos, veio.
    Minha felicidade é enorme! Nelson estava sentado no banco tosco da varanda, levantou-se num salto. e fiquei surpresa, pois que ele só vive queixando-se das pernas! Mas... chegada de neto, o que não faz? Com eu dizia,Nelson levantou-se num salto e eufórico, eufórico, sim! abraçou o neto, soltou uma risada, risada, não. Gargalhada! Pela expressão no rosto de Pedrinho, ele apertou-o de mais! Cumprimentou os amigos do neto mostrando alegria.
    convidei-os, para dentro de casa, mostrei-lhes onde colocar  as mochilas.
    -Venham comigo. Vou mostrar-lhes o quarto de vocês, porque vai ser um mair do que o do ano passado. amplo, bem arejado.
    -Vão tomar banho, enquanto boto um lanche na mesa da varanda, pra nós.
    -Qual, banho de chuveiro, qual nada, vó! Vamos é prà lagoa.
    -Então, bom banho.
    Trocaram as roupas por sungas e se mandaram na maior algazarra. Nelson e eu ficamos acompanhado com o olhar. até quando se mergulharam na lagoa. Mesmo com a distancia, dá pra companhar o que fazem dentro da lagoa.
    Hoje, vinte e um, são sete horas, eles já estão de saída.
    Aonde vão? Vamos dar um rolé, vó.  Estamos indo preparado para um mergulho e cambalhotas na lagoa. Chegaremos sem atraso na hora do rango. Saíram sob sob as bênçãos de Nelson e minhas, com pedidos a Deus que  acompanhasse e trouxesse-os  sem acidente ou incidente.
Ao ouvir a palavra rango, lembrei-me que ainda não tinha pensado o que fazer para o almoço!!!
    Fui à dispensa, lá fiquei me perguntando o que fazer. Aós decidir, peguei farinha e batata do reino. queijo parmesão,fermento e fermento. às pressa fui à geladeira, peguei ovos, para um saboroso inhoc. Xiiii! Bateu um "branco"! Inhoc ou nhoc? Xa pra lá. IIIIIIIIII ! Com a presença dos meninos, já estou falando gíria!!! Depois consulto o "pai " dos burros. Pra isso tenho o  GLOBO bem antigo, com  cinco idiomas, e o HOUAISS atualizado. Impresso na França.Morar na roça, não quer dizer que estou desantenada,não.
    Para acompanhar o inhoc ou nhoc, nada melhor que carne moída com ervilha milho e azeitona. Bem  , também devo preparar bife pra o caso de alguém não gostar de carne moída.
    Ouvi palmas vindo vindo do quintal. dirigi-me para abrir a porta. Graças a Deus, era a menina que me ajuda nos afazeres doméstico.
    -Entre, entre. Estou atrasada para fazer o almoço.
Pegue o tome esta bandeja, leve à cozinha. Leve as batatas do reino para a pia. Antes, vá botar a farinha do reino e as outras coisas na mesa do quintal, que vou fazer algumas coisas lá, pois o calor  tá muito.
    -A sinhora sabe dizê pur quê se chama farinha  e batata do reino? Sempre quis preguntar, mai a vergonha num dexava. Agora tomei corage.
    -Porquê quando o Brasil era colonia de Portugal esta farinha e a batatinha e tudo mais que aqui não tinha, chamavam assim.
   -Ah, muito obrigado.
   -Mulher não diz obrigado. Diz obrigada.
Intão, obrigada pela aula.
    -De nada. Se você quiser, venha toda as noites que lhe ensino a ler. e a falar.
    -Pode apostar que venho. Mai é mai mió  dexar passar as festa, num é?
    -Claro. Agora não temos tempo.
   - Chamaram no portão da frente de casa, Achei uma voz conhecida, mas sem me lembrar de quem era. ao abri a porta. Ah!!!Felicidade! Denilsinho e outro garoto mais ou menos da mesma idade dele. Que cabeça esquecida, esta minha! eu sabia que viriam. só como estou cheia  de providências para os festejos natalinos, a Chegada de pedrinho e seus amigos... Ai, ai, que esquecimento inconveniente!!!  Tão logo passadas a efusão, Denilsinho me apresentou o amigo.Dário.
    -Bem -vindo, Dário. A partir de agora serei sua avó, também.
    -Obrigado, vó.
 Caímos na gargalhada, ao mesmo tempo.
    Moreno escuro, cabelo bem preto brilhante e sedoso,[cabo-verde] só não sei porque são chamadas assim as pessoas dessa qualidade. Será que são os nascidos em Cabo Verde e os descendentes?   Olhos negros, grandes,   e mostrando-se um garoto educado. Muito, muito cativante.
    -peguem suas coisas, entrem. Vou mostrar o quarto onde vocês vão ficar. No mesmo que Pedrinho e seu amigo.
   -amiga dele não veio?
   -Veio. É mocinha. Vai ficar em outro quarto.
   -Cadê vô?
    -Tá lá pros matos orientando os trabalhadores, no corte da madeira.
    -Madeira pra quê, vó?
   -Pra  improvisar uma Capela pra a missa  que seu avô vai mandar rezar aqui. Tudo mais, já foi providenciado.  Os ornamentos  são lindos! Vai ficar uma "Capela" digna do Senhor.
    -Vó, vai dar tempo erguer uma Capela?
    -A "Capela, vó, é ano sentido figurado, que falei. Vamos fazer uma cabana de palha.
    -Ah,vó! Agora "viajei"!
    -Caímos os três numa gargalhada gostosa!
    -E por quê a missa não vai ser na Igreja?
    -Vai ser lá, sim. Seu avô é que vai mandar celebrar outra qui. é bom, você não acha?
   -Muito bom, vó.
    Quando Pedrinho chegou com os amigos perguntou  se Denilsinho tinha chegado.
    Chegou, sim. tá lá fora olhando as iguanas. eles estão em maior quantidade que em junho.
    -Vó, apareceu uma mocinha me procurando?
    -Não
    -Hum... então, talvez a partir de amanhã, apareça.
    -Quem é, de que se trata?
    -Ah, vó xa pra lá.Se aparecer, me avisa, tá?
    -Ah, seu moço. não estou gostando disso, nada. Ai, ai, ai!
    Mal acabei de falar, apontou   sob a mangueira um rapaz com os passos acelerados, de uma pessoa que sabe o que quer, o que vai fazer. à medida em que se aproximava, Vi que ele olhava direcionado para Pedrinho e o amigo. De imediato, reconheci-o.  Como havia percebido o jeito,do visitante, senti que algo ruim iria acontecer. Corri para o portão.
    -Bom dia,

                  O que lhe  foi , Braz?
                   Há um tempão não lhe vejo, aqui!
                   Mas lhe reconheci!
                   O que lhe traz?

                  -Bom dia. Tô procurano Pedrinho..
                  -Sou eu.
                 - Ah, intão é cum vosmicê mermo, qui gosta das namorada das zoutro, qui quero cunvelsá.
                -Eu!!!?  quem lhe disse isso?
                - No ano passado, fais um  ano amenhã vinte e doi de dezembro, vosmicê   tava sortano cunvelsa fiada, nos zuvido da minha namorada. Num diga qui não.  tenho tistinhna.
             - não sabia que ela é sua namorada. Não conheço ninguém além de meus avós, aqui. Vi aquela moça linda daquele jeito, não resisti realmente paquerei-a, sim, não sou adivinho pra saber que ela tem namorado. Vá me desculpando. não paquero mais sua namorada.
   Ela tinha namorado. Pur sua curpa, telminamo naquele dia mermo E hoje, o SINHÔ buliu cum ela.  Intão, vim le dizer qui ela bote namorar, noivá, inté casá cum otro cum vosmicê, não. Se não gostou venha cá, qui vou mostrá cuma se toma as namorada do zôtro
    Pedrinho levantou um pé para ir, então eu resolvi interometer-me.
    -Braz, ouvi tudo direitinho. como meu neto disse, ele aqui não conhece ninguém, então como saber se ela tinha namorado? Ela deveria ter dito a ele.
    -Ele num dava tempo a ela falar, só jogando cunvelsa fiada no zuvido dela. Quem viu me contou tudo.
    Mas vocês se entendam sem precisar irem às via de fato. Cuidado com as consequências.
    -vias de quê?
    -  às vias de fato quer dizer, sem precisar brigar sem violência.
    -A sinhora tem razão. Me Adiscurpa, tá?
    -Tá desculpado. Agora vá pra casa se acalmar. Vou conversar com ele.
   -Tá bem Qui ele nunca mai chegue preto dela.
    Saiu com os passo quase fazendo buraco no chão! Ufa! com o coração ainda acelerado, perguntei a Pedrinho se era verdade.
    -Verdade, vó. Também,  quem tem culpa dela ser tão... linda, meiga...! Além do mais, eu não sabia que ela tinha namorado. Agora que não tem mais...  é o caso de eu voltar a falar com ela. Agora entendo porque ela se manteve calada o tempo todo! é que quem estava junto a nós, viu e ouviu. ela deve ser tímida, porquê permaneceu o tempo todo de cabeça baixa. e eu só xavecando, xavecando...  Bem que notei a cara enfarruscada e o olhar dum cara, e cochichar com o outro que estava junto dele. Deduzi que deveria parar por ali e parei. Coitada! Devo-lhe um pedido de desculpas e reforçar minha paquera. Oba! Tô indo à luta, vó.
    -Não senhor. esqueceu o que Braz disse?
    -Vó, eu vou dar planteia pra dor de cotovelo?  O importante e´ela querer. O resto se resolve depois.
   E  deu um passo em direção à porta, me deixando com a cabeça ardendo de preocupação.
    -Por aqui é assim. Mexeu com namorada, noiva, ou esposa de outro e vice versa, paga caro! Caro,não. Paga com a vida. E não é raro! quando você gostar de uma moça, procure saber se é desimpedida, antes de xavecar no ouvido dela. evite confusão. Essa de hoje...
  ah, vó. é a primeira moça por quem me interessei. Passei o ano todo pensando nela, por que em s. joão, não a vi... Agora tá explicado. Pra evitar  confusão, ela não saiu enquanto eu estava aqui. Tchau,vó.
    -Menino, menino. Juízo é bom e não faz mal a ninguém.
    -Sei, vó.  Vou agora pedi-la em namoro. Se ela quiser, chamo Braz pra uma conversa franca, ele vai entender, vó.
    -não é tão simples, assim, não Na cidade grande, é mais aceita essa situação aqui, a coisa, pega e pega feio, num caso desse.são  Raríssimos, os excessos em que não ocorre tragédia! Vá com diplomacia... todos os cuidados, pelo amor de Deus. Nos noticiários se ouve e vê. Evite um arerê
   -Tá, tá. Vou resolver isso, numa boa.
   Falou um tanto irritado. Com certeza por minha intromissão. Mas Os pais não estão aqui...  Me toquei neste exato momento. que meu neto não é mais um menino! É um rapaz. Com certeza, vai deixar Lurdinha e a amiga se descabelando. Ai, ai, ai! Meu netinho! um dia desses, um menino,agora um rapagão querendo enfrentar outro, pelo amor da sua eleita! O ruim disso, é que Nelson é amigo do pai de Braz, de quase todos, aqui. Melhor é rezar para que tudo termine bem. quando ele chegar, vou passá-lhe o ocorrido,. Quem sabe ele tem como apaziguar a situação? Depois dessa, como vou ficar ao ver Pedrinho saindo para um Rolé por aí?
    Amanhã é vinte três, vou à cidade aviar o que já está alistado. ai, é muita coisa para providenciar antes da noite de vinte e quatro para vinte e cinco! Se no ano passado, o Arraial recebeu muita gente, este ano, vai receber mais, porque população pressionou o vereador e este, o prefeito , que, sem saída, investiu muito, nos festejos natalinos. com a injeção financeira que o prefeito doou à Igreja, as quermesses, rifas, sorteios... Compramos mais bancos, cadeiras, aumentamos o Presépio. nele grama sintética,  Ovelhas e tudo mais, de louça.  Os comerciantes doaram em massa! Deus é bom!





       
    -

   
                 
 



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Vovó Gatinha Fazendo COOPER.


    Dona Andreza, sei ser esse seu nome, poque ouvi alguém chamando  uma senhora, que,  sob sol ou não, corre na rua principal no bairro de xxxxx. Um conjunto próprio . a cada dia, exibe um. só o tênis, é o mesmo. E preto. As meias, ela também varia. Certamente é vaidosa. E lá vai ela passando neste exato momento. Queixo pra cima. bumbum empinado, toalhinha numa mão,garrafa d'água, na outra mão, nada.
    Maquiada. Mas... me parece que a maquiagem não combina com a idade, a tez... Sei não... Porque acho? o cabelo pintado, mostrando que à um bom tempo está sem pintar, pois apresenta -se branco da raiz até certo ponto, marrom e e um preto já claro pra as pontas. As sobrancelhas pretíssimas!  Nada a ver mas, bem delineada. Como não entendo bulufas de nada de  maquiagem, melhor deixar pra lá.O que não combina com ela, é que a camiseta do conjunto é quase transparente, mostrando a ausência do sutian pra sustentar os montes arredondados de outrora. Será que ela não se dá conta do processo de murchação, o efeito da gravidade a que a natureza lhe submete, ou simplesmente bem consciente tá nem ai?
    Se bem que vejo uns quadris largos,   embora os joelhos e batatas das pernas mostrem  como estão franzidos, evidenciam um corpo outrora, monumental!
    Sorridente, parou na barraca de seu xxxxx, pediu um cigarro. digo, porque de cá, dá pra ver tudo   que se passa lá. E é assim todas as manhãs. Numa  dessas manhãs, em que ela baforava seu cigarro, admirando os jovens transeuntes, de cá da janela, vi que ficou toda eufórica quando  Parou um rapaz tipo atlético, bem vestido, calçado, também. Vi dona Andreza estirar o braço,  abrir a mão e levá-la ao rosto do rapaz e acariciá-lo , lentamente. Soltei uma risada gostosa com o susto que ele tomou, falou algo e com a cara feia, se mandou.
    Ouvi a voz do meu neto atrás de mim, perguntando?
    -Vó, espero que a senhora quando ficar mais velha, não seja assim. Aloprada, Aquela ali, é uma viaje. Por favor, não vá me envergonhar.

domingo, 20 de setembro de 2015

O Molestador de Iguanas.


    Assim que começaram as férias escolares, Denilsinho veio passá-las aqui em casa. Me disse>
-Vó, eu estava ansioso para vir, porque quero pesquisar  as iguanas. pra vir pedi ao papai e a mamãe desde setembro. Eles não gostaram muito, mas deixaram. Sei que vai ser um fim de ano muito feliz, pra nós, vó.
    -Será, sim, meu netinho, Será sim.
    E ele mal soltou a mala e mochila, se mandou pra fora, direto para perto da cerca. Acompanhei-o com o olhar. parou em frente às iguanas que degustavam  a lauta refeição herbária. De lá ele me perguntou quase  gritando,
    -vó, iguana come  formiga, lagarta, gafanhoto, joaninha, viuvinha...?
    -Não sei, vó. Nunca tive a ideia de reparar flores, já as vi comendo. Saberíamos se ficássemos na cola dela, no mínimo por seis horas e todos os dias. Ele soltou uma gargalhada e disse
    -Verdade, vó. Vou escoltá-la do amanhecer ao entardecer. No ano passado, percebi que como nós,
 ela dorme á noite. Então, durante o dia dá pra descobrir isso.  Saí daqui  pensando em pesquisar no computador, sobre iguanas, mas terminei me passando!
    Voltei-me às tarefas domésticas daí a instantes,Ouvi os gritos de Denilsinho, a dizer
    Pare, pare! Você não pode pegar o bichinho, não.
    Corri pra lá , ouvi um menino dizendo
   -Vou pegar sim. Quem é vosmicê, pra me proibir?
   -Sou neto do dono desta propriedade. As iguanas estão na parte de dentro da propriedade, e você não vai pegar.
   Ah, num vou, não,é? vamo vê intão.
    Partiu um galho de árvore e foi pra cima de Denilsinho, igual a uma fera. gritei deixa a bichinha em paz, seu atrevido! Felizmente, obedeceu. Soltou o galho no chã e arriou os braços, baixando a cabeça. com esses gestos, levou-me a crer ser um bom menino. Estava somente sendo malcriado. Virou-se pra ir embora.
espere. com se chama? É filho de quem?
    -sou Nelito. Fio de Calixto apilidado de Ninil. E de Pureza.
    -não os conheço. Onde vocês moram?
    No Jacarandá.
    Sei onde fica. E você sai de tão longe pra incomodar os animais na propriedade alheia? A que horas saiu de lá? Seus pais sabem  disso? Você não estuda? A sinhra pregunta muita coisa de u'a veiz só, dona! Saí ante das seis sora, iscundido deles, pruque já tou de féras. Papai é carpintero e me bota pra ajudar no selviço, pra aprendê a profissão. Eu num quero, não.
   Ele está certo. Se você estivesse ajudando seu pai, não correria o risco de fazer a confusão que quase cometeu! Ao invés de ajudar a ele, acha certo armar a confusão que quase armou?
   -Só sei qui ele tá errado. Tenho o Istatuto da Criança e do Adolecente Sei qui lugar de criança, é na iscola.
    -Ah, é na escola, é? Mas pelo que ouço e vejo, você não presta a devida atenção nas aulas. seu pai quer que você aprenda uma profissão para se sustentar quando estiver rapaz, custear a faculdade, pra ter a vida melhor que a dele. Vou com você falar com ele, o que você acabou de fazer.
    -Não, dona. fai isso, não. Mamãe vai me botá de castigo! Ele e mamãe já me dissero qui nu'a terra cercada num se entra, não. Qui é crime.
    -Pois é. por ser crime, posso prestar queixa contra seu pai
    -Vai prestá queixa a quem, dona? papai num tem pai nem mãe,mai. Morrero.
    Começou a chorar de cabeça baixa. Vi pelo semblante de Denilsinho,que estava comovido. Me enterneci também.
    -Tá certo. não presto queixa contra seu pai. Afinal,  o errado não é ele.Cometerei uma injustiça se isso eu fizer.Vamos me leva até sua casa. Não devo deixar de dizer-lhe o que seu filho faz quando foge.  Será que só molesta iguana, ou faz outras traquinanças , rapazinho? Mas...vais me prometer com sua palavra de menino decente, que não vai mais sair por aí, molestando animais... e, nunca mais vai fugir pra não ajudar seu pai. É agora em criança, que será formado o adulto consciente e  integro, acolhendo e desempenhando  o que seu pai lhe ensina. Só não posso, não devo deixar de comunicar-lhe o que você fez. Como mãe,e avó,  sei disso estria cometendo um grave erro para seu caráter, nos seus demandos, amanhã. Não. disso não serei responsável.
    -Denilsinho, calce as botas, ponha um chapéu.

                       O sol reina pleno!
                       Felizmente o vento está a mil.
                       Deixando o ar ameno!
                       Vamos conhecer seu Ninil.
   
    Vamos, vamos. Não quero voltar sozinha.

   

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A "Louça" da vizinha de Diná.


    Num dia em que Diná estava brincando sob o coqueiro do seu quintal,ouviu a vizinha mandando a filha enxotar a galinha da cozinha,
             
           Antes que ela
           suba da tarimba
           derrube a gamela
            feita por seu Gimba,
   
    e quebre os pratos, as xícaras,  os pires ,  os copos e talheres. Diná ouviu essa ordem dada aos berros!!!  Então, a curiosidade de Diná, aguçou-se! Ela procurou aqui, ali,

              Tanto procurou,
                  Encontrou.
              Por onde espiar.
                  Visualizou.
              Mumificada ficou
              sem poder dali se afastar!

    Por que os tais pratos, pires eram [latas de de doce de goiaba] xícaras, copos, [latas de leite condensado]

              Os talheres
             em vários tanhos, eram colheres
             feitas com madeira
             da frondosa gameleira.
             

    Ah! Logo vi. ela é viúva, costureira, três filhos pra sustentar, como podia possuir peças  de louça para refeição? Se na vizinhança incluindo na minha casa, usamos aqueles  mesmos utensílios ? Pensou Diná.
    As senhoras, aos sábados, levam à fonte, numa bacia na cabeça, essa "louça," areia-as com um pedaço de pano velho, areia bem fininha e sabão pintado, em pedra, expõem-nas ao sol para evitar que enferrujem.

            Cada uma debicando  com trejeito de boca,
            do brilho  que a outra
            Perdendo força,
            Conseguiu dar à sua louça!

     Pois era assim mesmo! Uma achava que  deu um brilho melhor,  e às vezes discutiam, ficando  inimigas, até!
             

   
         
           feita feita por seu Gimba

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Saudade Prazerosa.

    Ao abrir a janela do meu quarto quando acordei, vi no pé de quarana em frente, quatro iguanas enormes! E dois micos. um deles com dois filhotes nas costas,

                                   
                                 Um virado pro norte.
                                 Outro pro sul.
                                 Os dois de tenro porte,
                                  Assustados com um surucucu.

    Que visão prazerosa! Que janela e árvores generosas!Ah! É quase indescritível Essa visão ao amanhecer. Os micos, já são costumeiros neste pé de quarana. Mas as iguanas, eu nunca tinha visto-as ali.Como são grandes! Deus benza, não quero botar olhado nas bichinhas tão inofensivas.Têm listras pretas, são de um verde mais pra cinza escuro, são lindas, lindas, lindas e fascinantes! O que me deixa muio encantadas nelas, é a quietude em ficar horas e horas a fio no mais alto galho da árvore, sem se sair dali, incrível para quem não vê!
    Diante de tal visão gostosa, prazerosa... lembrei-me de Denilsinho. Ah! Que saudade bateu e abateu meu coração! A saudade dos familiares, dos amigos, dos netos, então...! Sem palavras.

    Escancarei a janela e fui arrumar a cama. em seguida, cuidar de mim. e com pressa. começam hoje, minhas aulas com Lurdinha. Ela chega daqui a pouco vai me ensinar a manusear o teclado do computador. Nem preciso dizer o quanto estou ansiosa, eufórica, ao mesmo tempo. Preciso? Chamei meu marido.
    -Nego, se Lurdinha chegar antes de eu me arrumar, faça sala pra ela, por favor, tá?
    -Já sei, nega. Também vou pedir-lhe que me ensine sou bobo, não,ora!
    Ao chegar na cozinha, abri a janela. outra visão gostosa! Uma garça tão... branquinha, elegantemente pousada na cerca que divide o  quintal, da propriedade.dona de um bico amarelado e longo quanto seu pescoço, pernas também longas e amareladas,  é cheia de graça graça, esta garça!


















domingo, 16 de agosto de 2015

Reino Animal X Reino Humano

    -Mamãe, mamãe!-chamei, aliás. gritei, a mamãe.
    - que é, Lindaura, que desespero é este, menina!!!?
    Pintada tá gorda. Mas é só na barriga!!!
    Lindaura, meu bem, ela tá prenha.
    Ela, o quê?
    Está esperando um filhote, uma cria, um filho.
    Ah, entendi.- Minha pintada ia ser mãe! Minha bezerrinha que vi nascer! Que emoção! Não deixei de acompanhá-la de perto, todos os dias ao chegar da escola. eu dava-lhe capim, manga sem caroço, apesar de me dizerem que ela não se engasga, que sabe comê-lo "numa boa". oferecia-lhe cana, umbu na palma da minha mão. punha água num vasilhame que pedi a papai pra comprar, ele disse-se feliz por ver-me assim tão cuidadosa com Pintada.
    Filha,você é uma menina de ouro!
    semanas, meses se passaram. A surpresa veio no dia do meu aniversário, ao levar-lhe a ração própria para seu estado, que o veterinário prescreveu. Vi Pintada com o filhote ao lado e ela lambndo-o todinho! Lindo! Branquinho, branquinho!Sem conter os de alegria, Berrei chamando "mamãe, Mamãe"! que vei com pressa me perguntando:
    -Que foi, manina
    -Mãe, Pintada teve nenêm.
    -ai, filha que bom! só eu sei o quanto estais feliz!
    Ainda tropeçando nas próprias pernas, "Dengoso", dei-lhe o nome naquele instante.
    Ficou aprumado junto a sua mãe, que, o ignorou!!! Surpresa, entendi que Pintada nada queria com ele. Que desamorosa!!!  Como  pode isso acontecer. Uma mãe rejeitar o filho?
    Como no ser  humano eu soube de um caso d'uma mãe que rejeitou o filho, pensei:
    "Eu, hein, que horror!" Não sabia que isso também acontecia no reino animal. Observando, notei quando dengoso botou a boca na teta e Pintada levantou-se com um raio, afastando-se dele.
    Dengoso deitou-se na grama ficando assim, isolado da Pintada. Será que ficará triste, ao  sentir-se  rejeitado por sua mãe?  Triste, deixei-ma cair na grama. Fiquei a pensar o que fazer. E achei. Corri pra casa, contei aos prantos a papai o que observei. Ele disse estar muio, muito orgulhoso de mim! Sem minha observação, não sei o que seria do bezerro. Pois será que os peões notariam esse fato? Nesse instante, mamãe apareceu chamando-nos para o café.
    -Não, querida, disse-lhe papai.
    -Por quê?
    -Pintada teve cria e rejeitou-a.
    -O quê!!!? Isso é terrível, respondeu mamãe!
    Respondeu mamãe.
    E eu aflita perguntei:- o que  faremos?
    -Improvisaremos uma mamadeira para darmos-lhe leite Depois tomaremos os devidos cuidados básicos à sua  sobrevivência.
    Após alimentar Dengoso, papai e eu fomos para a casa degustar nosso desjejum quando, de repente, bateu-me no pensamento que estávamos no inverno. Com Dengoso passaria as noites sem os cuidados da mãe? Parei de comer e falei isso a mamãe.
    -coma filhinha. Depois se pensa nisso. Seu pai vai encarregar o Praxedes a cuidar do Dengoso Ele é um peão responsável, dedicado e carinhoso com os animais. quanto a isso, filhinha, fique despreocupada.
Sim, despreocupei-me sem deixar de ficar assim inconformada com  a rejeição de Pintada à sua cria. Como existe esse tipo de rejeição no reino animal?
Amamentar o filhote é ...naturalmente natural
    Hoje, ele faz seis meses e sua desamorosa mãe,Sequer chega perto do seu Dengoso. Dengoso...é assim que ele está. Crescendo cercado de mimos, de que de outra maneira poderia estar? Azar da Pintada, que não tem pra si as carinhosas lambidas, as cabeçadas afetuosas de Dengoso. É tão gostoso correr com ele no pasto! Já perguntei a mamãe se os carinhos de Pintada não lhe faz falta, porque se ela me rejeitasse, não sei como eu iria sobreviver.
    Minha filha, acho que não, porque a rejeição. porque a  afeição nem teve começo. Se houvesse começo e depois a interrupção e repentina, aí, sim.
    -Ah, bom. Fico aliviada, então
    -Ah, filha sabe? Por meu gosto ficarei a teu lado, até o último minuto da minha vida, viu?
    -Já sei, Você e papai vão envelhecer... Ai então eu vou cuidar de vocês
    -É esse um dos  sentidos naturais  da vida Nunca esqueça.
    De meus avós também tenho que cuidar?
    -Na ausência de filho de seus pai, sim. É mais uma regra natural da vida...
   
   
   




quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Lembrança Dum Sabor Saboroso.

    Hoje lembrei-me de quando lá nos dez anos, minha irmã ciça e eu, íamos pegar coentrinho e cebolinhas na horta de dona Marta escondidas de papai e de titia, para comermos com moqueca de caramuru. Ah! Que delícia, ficava a moqueca, com as aquelas hortaliças fresquinhas. De lá pra cá, nunca mais comi outras hortaliças tão saborosas. O cheiro era Indescritível!As hortaliças de hoje, são sem cheiro e sem sabor.
    Papai comprava as citadas hortaliças na feira. Mas já não tinha o sabor como quando pegávamos na hora, da horta de dona  Marta, porque tinham sidos tiradas há dois,ou três dias.
    Naquela época,não existiam supermercado tudo era em bodega, armazém, venda ou na feira. Papai nos levava para ajudar a trazer toda a compra sem pagar carreto.  Trazíamos peso quase cima de nossas  p condições físicas  Até tropegávamos, com a quantidade  que era para passar a semana toda, pois a feira ficava distante de casa.
    a horta era cercada. Para entrarmos, minha irmã arrancava as estacas com minha ajuda, que apesar de ser medrosa, colaborava com a travessura de mina irmã. Ciça me ensinou a tirar um pé das hortaliças aqui, outro ali para dificultar  a falta. Fazíamos tudo no tato Ainda era escassa a energia, nos bairros. nas casas não tina, que dizer nos quintais?  tinha muito acúmulo de fezes, junto à cerca que dividia o Aeroporto. Na cerca, eu ficava por muito tempo vendo o pouso e o voo do avião da empresa Nacional e  da Cruzeiro.
    Aqula travessura de tirar as hortaliças de dona marta, pra nós era uma grande aventura!  Pois tínhamos que nos certificar de que papai estava ouvindo o Jornal Nacional no sue rádio elétrico portátil, e titia costurando na sua maquina de pedal. as clientes preferiam encomendar os serviços dela porque eram mais rápido.  Ah, como ela era emproada, porque na quela rua, só quem tinha a tal máquina, era ela. as outras   possuíam a de manivela.
    hoje peço perdão a Deus por essa travessura  Mas que sinto saudade daquele sabor ah, sinto, sim. que na minha inocência cometi. Mas quem mais do que Ele sabe disso? quando conto pra as pessoas, essa traquinagem, Faço questão de dizer quanto eram saborosas as hortaliças d dona Marta.
    hoje  compro tais hortaliças, por comprar pois que o sabor sumiu delas  São química e geneticamente modificadas!

                                          No quintal de dona Marta
                                          tem erva doce e alumã.
                                          Na sua horta  farta
                                         Quase nada falta.
                                         Da cebolinha ao hortelã.

                                         Tudo, tudo fresquinho!
                                          De delicioso sabor
                                          Plantados com carinho
                                          Sem parcimônia no labor

                                          Palmas pra dona Marta
                                          Seu quintal não é u'a mata
                                          Mas  o verde da horta predomina.
                                          encheu de cobiça os olhos da travessa menina.
                                       


                                       

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O Mergulho de Lineu -Esta é uma criação do meu filho Valdir.- In Memória.

    Lineu foi pescar com seus amigos adolescentes como ele. Ao chegar na beira do rio, ele sentiu vontade de dar um mergulho Tirou a calça.Estava com um short, tirou a camisa. Já estava descalço. Espreguiçou-se bem longamente o quanto pode, e...  tim-bum! Lá embaixo, nadou, nadou... Resolveu subir. ao chegar à tona, olhou pros lados, pra trás,não viu os amigos.Pensou: tô perdido!Mergulhou novamente, nadou de volta de onde tinha dado o primeiro mergulho Enquanto nadava ,pensou como estariam os amigos com sua demora de retornar.
    Ah, já sei o que fazer para eles me encontrarem, pois não sei onde estou.Tirou do bolso  a carteira de cigarros, a caixa de fósforos e acendeu o cigarro. Assim, quando virem a fumaça virão pra cá, me chamarão então, eu subo . Foi a terminar esse pensamento que bateu-lhe na cuca uma tristeza sem tamanho; minha santa mãe! tanto me aconselha, reclama para que eu deixe de fumar! Se eu morrer agora levo o remorso de não atendê-la. Ai, meu Deus e Senhor. Tenha piedade de mim.
   Sentiu palmadas leves no bumbum Abriu  os olhos. Viu e ouviu sua mãe lhe perguntando : que sono agitado. Tava com pesadelo?


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Véspera de Natal.

    O dia está lindo! O sol reinando pleno. no povoado está um vai-e vem,um sobe e desce grande  de pessoas. Um entra se sai na Igreja, que chega a ser surpreendente! Certamente agilizando os últimos retoques  para o Natal.  O Largo ficou adequadamente enfeitado. para a missa campal. virá outro padre, pois o da paróquia, está doente.
    Denilsinho trouxe um primo do lado paterno que mostra -se atencioso e educado. Pedrinho chega hoje com aqueles amigos.Não será necessário mandar pegá-los no, pois estão vindo de ônibus, para conhecer os locais por onde passarem. é. são jovens, cheios de saúde e entusiasmo, e condições físicas e mentais, pra viajar por longas longa horas por terra. Na rodoviária encontrarão marinete. É assim que por aqui ainda chamam o ônibus do transporte coletivo.  podem tomar um táxi, também.
    Aqui em casa, tudo pronto.Até as roupas que usaremos para assistir a missa.  A de  Denilsinho, de Nelson e minhas estão passadinhas nos devidos lugares.
    este ano a Igreja vai ficar lotadíssima, porque o povoado cresceu bastante com loteamento popular que a prefeitura  construiu para a população carente, esta população vai trazer os amigos, os parentes para cá,  Assim, com certeza a igreja ficara LOTADINHA nas celebrações que serão  realizadas lá dentro. Mesmo bem ampliada como ficou após a reforma. Reforma, não. construção porque a derrubamos e agora é outra. Para realizarmos tão ansiado intento, pedimos doações aos comerciantes. políticos, fizemos quermesses e mais quermesses sorteios, rifas...  em dois anos entregamos-a prontinha, à população do povoado. aos visitantes também.  Trocamos os bancos  Estes são de madeira JACARANDÁ! Bem envernizados.  Imaginem que até os homens entraram nessa luta Foi sim, senhor! Eles não mediram esforços. Está digna de Deus,

                                          Que é cheio de amor.
                                           Então, vamos versejar compor,
                                           em todas as partituras
                                           O SENHOR das criatura.
 
    No meio da semana, encontrei vi Nelson cochichando com o capataz me surpreendi, porque não é do feitio dele,cochichar com os trabalhadores. Como vi Denilsinho,  junto aos dois, chamei-o, e, naturalmente perguntei:
   - O que seu Avô está falando com o capataz?
  -Tá mandando alugar um carro para buscar três parentes  na rodoviária, que estão vindo de S. Paulo.
   Também naturalmente pedi que não disse ao avô, que tinha me falado isso.
   -Vou mentir?
   -Não meu netinho. Você só não vai dizer que me contou. Vai omitir. Não mentir.
   -Que alívio!Não gosto de mentir.
   Certo, vó.

                                      No caráter quero ser prodígio
                                      É pecado mentir Temos que discernir
                                      Que é mentir
                                      O que é omitir.

    Ah, entendi, vó.mentir, nunca. Omitir...vou descobrindo de a cordo a situação dum momento ao longo da vida.

   

sexta-feira, 31 de julho de 2015

O Filho de Dona Idalina

    Dona Idalina era casado com seu Adroaldo. Não eram felizes porque ele era turrão,unha de fome e... ordinário  no sentido lato da palavra.
    Fora de casa, todos o tinham numa conta de bom pai,e ótimo chefe de família. somente a vizinha sabia o quanto dona Idalina sofria. Juntamente com os filhos  dona Idalina suportava maus tratos,xingamentos e humilhações, somente por causa da sovina e crueldade dele.
    Seu Adroaldo era capataz na fazenda do padrinho de uma de suas filhas.Era da confiança do fazendeiro e por isso desfrutava de certas regalias e de um bom salário, em relação aos outros das fazendas vizinhas.Mas só comprava o restritamente necessário para matar a fome da esposa e dos filhos.  Vestiam e calçavam o que os parentes, vizinhos e amigos não queriam mais. Dona  Lina, como era conhecida, até chorava de alegria quando recebia as doações de tamancos de madeira  e couro cru,para os meninos e malandrinha  dos mesmos materiais, pra as maninas, pois dona Lina sabia o risco que os filhos corriam de pegar verminose... por andarem descalças. Sob tanta vergonha de lavar roupa sem sabão, ou com as folhas de uma árvore que faz espuma,deu para ir à fonte  lavar roupas, na madrugada ou, á tardinha, quando o sol já estava se pondo. [no momento não lembro o nome das folhas] As panelas ela lavava com folha de cajueiro brabo. [limpa de verdade]
    Seu Adroaldo no entanto, vestia e calçava-se bem, porque era mais instruído  na leitura e na arimética.  Hoje, matemática. por isso companhava o patrão ele ia acertar a venda de piaçava ou outros produtos. Agilizava  compras para o campo na cidade vizinha, poque era maior, então encontrava tudo necessário ao serviço da fazenda.
    Uma ocasião ele reduziu o que já não dava para alimentar seus filhos por toda a semana, que as crianças sentiam fome e choravam. A vizinha percebeu.  E, por duas vezes na semana ela arrecadava com outras vizinhas, um pouco de cada gênero alimentício e doava para d. Lina. quando seu Adroaldo chegava à tardinha em casa, ia tomar banho na fonte. na volta, ia à cozinha destampava a panela, comia o restante. Sequer perguntava quem deu, se ela comprou e como.
    Um dia a vizinha trouxe bananas da terra,  um pedacinho de toucinho, um pedacinho de carne de jabá um caneco de leite condensado cheio de farinha e um pouco de azeite de dendê numa caneca de louça sem a asa. Para render  o almoço, d.  Lina d. Lina baixou cabeça e falou num fio de voz:
    - A senhora notou que estou precisando. Que vergonha!
    -Tem nada, não. estamos aqui, pra servir. "quem não vive pra servir, não serve pra viver. esse é o lema das freiras Mercedárias.
    Para render mais o almoço, d. Lina cortou bem miudinho a carne, o toucinho e as bananas, cortou em rodelas, fez uma moqueca e almoçaram que se fartaram e sobrou.
    Seu Adroaldo ao chegar, fez o que era de costume. quando destampou a panela,  gritou perguntando a d. Lina:  fez festa, eu sou rico pra você fazer um desperdício desse? Não sou rico. Vá acabar coma fortuna do seu pai.
 um dia d, Lina recebeu de uma vizinha abastada, doação em dinheiro Então, foi ao armazém de seu Oscar , comprar  sabão. Assim que ele a viu, disse ;
    -Bom dia d. Lina. o que a senhora quer?
    -Bom dia, seu Oscar. Quero cem gramas de sabão pintado.
    - tô surpreso em lhe ver aqui.  Não vai levar frutas pra seu marido?
    -Não ele não gosta de frutas.
    -Gosta de mais, até.
    -como o senhor sabe?
    -Toda tarde ele compra cana, abacaxi. a fruta que tiver aqui, sobe pra lá, disse apontando para o morro do outro lado da rua. senta na grama e se empanturra.
    D. Lina pegou o sabão, deu té logo, e se foi com aquele baque dentro de si, que quase não  continha o pranto.
    Bem, no fim da tarde seu Adrodoaldo cumpriu seu ritual, e disse; amanhã, quero roupas bem passadas e sapatos limpos, que vou à Salvador com o patrão. saiu.
    Você  comprou  sabão?
  -Não. Vejo vocês de roupas limpas...
  -As vizinhas me dã sabão pra eu lavar as roupas das crianças e as minhas.
  -Ah, chega de lenga-lenga!
 E saiu a passos firmes e céleres.
 Um dia  d. Lina ia passando pela porta da loja ao lado do armazém de seu Oscar, viu um tecido lindo no mostruário. Parou para admirar. De repente, ouviu a voz de seu  Oscar .
 - Boa tarde, d. Lina. Tá achando o tecido bonito, não e´?
-boa tarde seu Oscar. E bonito sim.
-Compre antes que acabe.
-Com que dinheiro?
Ah, pede ao marido. ele gasta tanto com frutas... que já anda com uma faquinha cabo de jacarandá, bem amolada no bolso.
-Tá certo vou pedir. Até  outro dia. E foi-se embora pra casa.  A angustia Voltou dessa vez, maior que da primeira vez em que seu Oscar falou da preferência do marido dela, por frutas
 Pelo caminho foi pensando como fazer pra descobrir se seu Oscar estava falando a verdade.
 Depois que o marido acabou de comer como de costume, a sobra do que as vizinhas doaram, saiu colocando algo no bolso. Ela viu bem o cabo da faca. Ah! Parece que seu Oscar  tá falando a verdade. Passou as mãos nos cabelos e saiu atrás, a passos lentos para não ser vista por ele. ao chegar no quarterão do armazém,  escondeu-se por trás do portão  dum galpão que estava aberto, e ficou observando as portas do armazém. por uma delas, ele sairia. alguns minutos depois ele saiu com um abacaxi, uma penca pequena de bananas de mesa, e um abacate bem grande. Atravessou a rua, subiu o passeio e passou para o morro. Lá, botou as frutas com cuidado no chão. Sentou-se sobre as pernas, ergueu o quadril direito tirando a faca, começou a descascar o abacaxi. Que pai eu dei aos meus filhos! Não conseguiu conter as lágrimas que desciam longas, doídas...
 Se ele pode comprar este pequeno banquete, por que não leva pra casa e come-o com os filhos? Saiu do esconderijo certificando-se de que ele não viu-a, e foi pra casa com as lagrimas descendo pelo rosto, que ela quase não via node pisava.
  ao cegar perto de casa, parou, limpou os olhos, ergueu o queixo, respirou fundo e entrou.  Abraçou o terna e demoradamente cada um e beijou-os.  Notou que alguém chegou na porta. Olhou e viu o filho mais velho cabisbaixo e também com lágrimas a descer pela face! só nesse momento ela percebeu que ele não estava entre os outros.  E polo que via, ele estava sabendo o mesmo que ela. coitadinho!  Já crescendo com sofrimento. Logo na alma!!! Abraçou, beijou-o carinhosamente, alisou-lhe o cabelo, perguntando-lhe, você viu o que eu vi? Ele olhou  para o chão.
  -Tudo bem, filho. não sei como você descobriu.
  -Eu já sei disso há um bom tempo. Brinco muito no morro com os amigos e vejo-o sempre lá fazendo o que a senhora viu.
  -por que não me disse?
  -Para não ver a senhora sofrendo do jeito que está, mãe.
  D. Lina foi sacudida por um tremor e pranto, desesperadores. quase sem controle abraçou o filho com muita força, levantou a cabeça  e disse alto: obrigada, meu Deus, por este filho que me destes Obrigada, por deixá-lo puxar ao pai. coitadinho! quanto sofreu sozinho ao descobrir o pai que tem.  Mas sei, Senhor que estais lhe fortalecendo e confortando-lhe a alma, para que ao crescer não esteja traumatizado.  Obrigada, Senhor, me ajuda a cuidar dele. E dos outros, também. pois pelo pai que dei-lhes, estão sozinhos.  Obrigada, senhor , sei que com este filho que me destes, não estarei sozinha. nunca.







quinta-feira, 30 de julho de 2015

A Vovó e a Tecnologia.

    Nelson me levou à cidade pra comprarmos os celulares. O meu escolhi rosa com detalhes brancos. Nelson quis o dele, preto. os dois com tecnologia de ponta.
    com a desculpa de ir visitar uma amiga,enquanto ele aviava as compras para o serviço do campo, Fui comprar os computadores. Dei preferência aos da operadora xxx. que no momento estava com os mais modernos. Na mesma loja comprei tudo necessário para a instalação. avisei que iria levar agora. então o vendedor passou isso pro gerente, que veio falar comigo dizendo que eu tinha que dar um tempo par arrumar tudo dei-lhe o tempo com meia hora antes de sairmos da cidade, dei o endereço de onde o caro estava, pedindo que por favor, não atrasasse no horário, pois o motorista não espera. Ele  me informou as melhores  operadoras de internet, deu-ma  a garantia  do cumprimento da hora de entrega, dizendo: dou-lhe minha palavra de honra. Sai feliz, direto para o transporte, lá fiquei aguardando.
    Ai,ai, ai. já vejo a cara de interrogação de Nelson ao ver o motorista da loja me entregando Tanta coisa. embalagem de vários tamanhos. Pois comprei logo as mesas próprias para os computadores.Não vou correr o risco de colocá-los em mesas improvisadas e depois ver acontecer um incidente, um dano nos aparelhos. "Melhor prevenir, que remediar."  Ao chegar em casa vou agradecer ao Senhor, minha aquisição.
    com a desculpa de que um vizinho  já tem computador, escreverei aos filhos,netos e parentes pedindo   E-MAIL, FACE deles. Terei que  Imagino com ficarão surpreendidos quando abrirem o  computador e verem minha mensagem e postagem!
vou descobrir com ajuda de Lurdinha. Ela faz comunicação e tenho certeza que me ensinará com a maior boa vontade, pois que é uma das pretendentes à eleita de Pedrinho. Não que eu queia usar isso como desculpa. é que ela é, realmente boa e não tem outra pessoa por aqui, que saiba manusear  computador. Vai também me ensinar com o celular. Mandarei um recado pra ela, pelo trabalhador que mora perto dela, e aguardarei sua resposta.
    Enquanto espero a chegada da minha compra, me lembrei que no S. João, Pedrinho me fez um comentário sobre os olhos , a boca e o corpo de Lurdinha.  Ah! Que bom! Mas... A menina tem uns dois anos  mais que ele. Isso interfere? Será? Deixa pra l´. não é do meu feitio intrometer em escolha   sentimental de ninguém, mesmo sendo meu familiar.

    Sento -me num banco sob uma árvore  perto do coletivo para organizar os pensamentos. Esses quando organizados, resolvemos com mais eficiência e rapidez.
    Bem, chegou a hora de entramos no ônibus. Minhas compras não chegara.  E agora? Já i pedir ao motorista, a gentileza de esperar uns cinco minutinhos, quando na esquina apareceu o carro da loja xxx  Ah, que alívio!
    Em casa, tudo no devido lugar, agora é só esperar a loja mandar o montador,e o técnico. Tenho que controlar a ansiedade que me assola. Fui à varanda sentar-me para descansar, pois o dia foi "puxado". Minha idade tá mais pra lá do que pra cá. Nelson chegou  bem devagarzinho , perguntando: agora,  minha senhora, pode mi dizer o que são aquelas coisas? Você compra o que lhe dá na telha sem e dizer nada tá ficando sabidinha, né? E caiu na gargalhada. Uma gargalhada que mostrava como estava contente, mesmo sem saber o que eu tinha comprado.  disse-lhe, ele elevou os braços com as mãos fechadas, e disse eta mulher decidida!
    Parabéns, querida. você fez muito bem. já era tempo de eu ter feito isso.
    -Nego, comprei pra nos comunicar com nossos filhos, netos e parentes, quando quisermos e acharmos necessário.
    Ele saiu em direção ao povoado, e eu fiquei sentada ordenando meus pensamentos, quando ouvi um;boa tarde bem jovial. vindo do portão. era Nivaldo filho de meus compadres.
    -boa tarde, menino. Entre. O cadeado está aberto.quando ele chegou junto  a mim, mostrei-lhe a cadeira ele agradeceu sentando-se.
     -Como vão compadre Deusdete e comadre Miralva?
    -Bem, graças a Deus.
    -O que lhe trás aqui?
    -Eu tava embaixo da quela goiabeira,de lá vi seu celular, vim lhe dar os parabéns.
    -Ah, obrigada. Mas ainda vou  esperar Lurdinha vir me ensinar.
    -Eu não posso?
    -Você!!!?
    -Sim. também tenho celular.
    Ergueu o quadril esquerdo, tirou o aparelho do bolso. Um celular tão moderno quanto o meu!
    -Foi Lurdinha quem me ensinou.  Quando a senhora quiser eu ensino.
    -Se você puder, agora mesmo.

   
   

A SURPRESA.

    Nove horas da manhã. dia útil da semana, ouvi um: oi de casa, vindo do portão lateral da casa. Fui ao janelão que dá plena visão pro portão. ai, que Surpresa! As candidatas a eleita de Pedrinho.
    -bom dia, cuma vai a sinhora?
Perguntaram as duas ao mesmo tempo. Aliás, são costumeiras nisso. parece até que ensaiam.
    -Bom dia. Bem, obrigada. Podem entrar, o portão está encostado. entraram com o jeitinho sonso delas. Mostrei-lhes a porta da cozinha, quando entraram, mostrei o banco junto à mesa. sentaram. Ofereci café Pois quando elas chamaram no portão, eu sentando no banco para quebrar meu desjejum.
    -num precisa,  sinhora já tumamo cedo.
    -Pois então, deve  m tomar novamente. Faz de conta que é a merenda.
    -Se a sinhora acha, aceitamo, sim.
    Não vou dizer novamente que falaram ao mesmo tempo.
    Enquanto tomávamos café perguntei por seus familiares. Responderam que estavam bem.
   - A que devo a honra dessa visita?
    olharam pro chão, também ao mesmo tempo!!! Sonsas! Pensei com meu botões.
    - nói subemo qui Pedrinho tá aqui. viemo visitá ele.
    -Fora do Natal e do S. João?!!!
    Dessa vez a amiga respondeu sozinha. Talvez por isso vi que ela é dentuça, além de ter os dentes muito largos. Rapidamente lembrei-me de uma cantiga que eu ouvia minha mãe cantar, quando tinha uma querela com alguma vizinha. Era mais ou menos assim;

                                   Sai daqui ó suja
                                   Com sua carona que me faz correr
                                    Sua boca grande
                                    com os dentões pra fora
                                    Querendo me morder
                                 
                                    Eu estou falando
                                    Ela está pensando
                                    Que não é com ela
                                   Sai-te jararaca
                                   Olho de alfavaca
                                   Cara de gamela.

                                 Toda se sonsando
                                  Só parece a peste
                                 quando vem do leste
                                 Quando vem matando.



   

quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Pedida da minha Filha.

    Recebi carta da minha filha, pedindo para eu comprar telefone celular, já que a operadora... promete, promete e não instala. Aliás, Nelson,dias atrás, me disse que iria comprar este aparelho, na próxima ida à cidade.E se eu quisesse, compraria o meu.  Que bom!Penso meus filhos , netos  ligando, eu eu também, sempre que nos der vontade e na ocasião necessária.
    Acho bom eu ir para escolher o meu. Preciso de um com dois chips. A cor, de acordo com o aparelho que gostar. Aproveito para dar uma passadinha na seção dos computadores,, me informar se há possibilidade de instalar um aqui em casa, de hora que na região ainda não tem, não posso comprar sem saber devidamente. já estou nessa idade, pra que guardar minhas economias, se meus filhos não precisam, delas, eu não vou levá-las pro céu.  Nelson  e eu fomos abençoados com  uma  saúde  muito boa. Então, empregarei-as para adquirir essa tecnologia.De ponta, diga-se de passagem!
    Quanto a quem vai me ensinar, pedirei a lurdinha que está cursando informática. Tenho certeza que ela não se negará
    Serei a primeira vovó informatizada da redondeza. Não direi esse meu plano, a ninguém, pois que muitos dirão: é maluquice! A sinhora num vai cunsigui aprendê, tá véia de mai. Vou fazer surpresa a todos Ah, se vou!
    Caso seja possível instalar  computador aqui,penso como Pedrinho e Denilsinho ficarão. já vejo-os, assim: Um ansioso pra que o outro largue o aparelho, e ele pegar.
    Pensando bem, minhas economias dão pra eu adquirir dois aparelhos. Então... O que uma avó não faz pelos netos? Nelson vai vibrar de contentamento. Louco pelos netos, do jeito que ele  é! Ai, ai. Tò vendo a cara de vovô babão, dele.
    Acho que os avôs e avós curtem tanto os netos, por que quando então pais e mães, viviam presos aos compromissos de trabalho lida lida e problemas domésticos, enganjados em obra sociais. quando agora avós,a maioria está aposentada, ai, sobra  esse tempo para paparicar e até.... "deseducar" os netos. Pelo menos comigo  e Nelson foi  desse jeitinho.
   
Deixo-me  organizar  meu plano na cabeça para no dia da compra, não ter nada que me deixe pô-lo em prática, então.
Imagino Denilsinho enviando fotos das iguanas, pelo face. elas estão em maior quantidade Povoaram a área, com uma rapidez!  Estou igual a Denilsinho. fascinada por elas. Pedrinho não vai deixar de enviar postagem do banho com as brincadeiras na lagoa, os festejos juninos e natalinos Vai valer a pena, comprar os computadores, sim. Claro que  vou querer aprender a manejar o computador, sim.  Lurdinha tá ai.
   

terça-feira, 7 de julho de 2015

Visitas em Dia de Chuva.

    Amanheceu chovendo. é bem vinda a chuva.Assim minhas visitas dormem bastante, pois não tem com sair sob chuva, e eu descanso. Só Nelson levantou-se às seis horas. Ele até que acordou tarde! Normalmente levanta-se ás quatro e meia. às cinco horas. Deve ser por conta da chuva que cai torrencialmente.Neste momento ele está às voltas dirigindo os trabalhadores.  Certamente vai mandar armar outra fogueira, pois á noite teremos visitas dos vizinhos.
    fiquei a ordenar minha tarefas domésticas no pesamento, enquanto descansava mais, na quela preguicinha, quando de repente ouvi  Nelson me chamando apressado.
    -Nega, nega, vem cá. Visita.
Levante-me apressada, enviei um espere um pouco. Fui me arrumar pra poder receber a visita. Quando cheguei à porta, elas [porque eram duas as visitas] já estavam devidamente acomodadas num dos bancos toscos da varanda.  elas me saudaram primeiro.
   Bom dia. cuma vai a sinhora? ambas falaram ao mesmo tempo.
   -Bom dia, meninas. O que lhes trouxeram aqui, tão cedo? Mostrei minha impaciência, nesta pergunta
  - Cadê Pedrinho?
   Novamente perguntaram ao mesmo tempo, sorrridentes mostrando assim, como estavam ansiosas para ver meu neto. Nem um sinalzinho de cerimônia, em uma das duas!
- Dormindo. Respondi seca. Mas, educadamente. A cara de desconsolo das duas era de fazer rir. voltem à tarde, porque não sei a que horas ele vai acordar.
-Tá certo. Inté, mai, intonsse
-Até. vão pela sombra.
  Ai, ai, ai! Estas duas vão criar problema por tanto interesse assim, por Pedrinho! Se fosse uma. Mas as duas?!!! Duas meninas sem juízo, interessadas no mesmo rapaz, é barril de pólvora pronto para explodir.
   Deixei que o pessoal dormissem até à uma hora, quando levantaram   sem ser chamado.  quando terminaram a higiene oral, perguntei se não seria bom almoçar logo pelo avançado das horas.
   -não!!! Queremos tomar café com bolo de milho verde, pamonha de carimã, e beiju de tapioca, leite fresco no café torrado em casa.  Respondeu  um dos amigos de Pedrinho.
  -O outro desse: depois do café, vamos tomar babho na lagoa, na volta almoçamos.  Talvez estejamos lhes incomodando no seu dia a dia,  Peço desculpa. Mas temos  aproveitar, "enquanto  Brás é tesoureiro." Não sabemos se teremos outra oportunidade desta.
   Quando eles iam saindo para a lagoa, as duas chegaram ao portão. cumprimentaram-nos com um boa tarde alegre, além do normal. Pedrinho desculpou-se. explicou o ia fazer e saiu com os amigos.
   Como não notar a cara decepcionada, das moçoilas casadouras? Se despediram, prometendo voltarem depois.
   É!Elas estão numa luta ferrenha. E Pedrinho, nem ai! Meu neto tem juízo.
   Nelson um tanto desconfiado, perguntou-me: eu tô enganado, ou as duas estão interessadas no meu neto?   -Nele mesmo, Nego  disfarçam uma da outra, com a maior hipocrisia, achando que nos enganam.



segunda-feira, 8 de junho de 2015

Eu Indo à Niterói.

    Hoje estou indo à Niterói levar Denilsinho, poque os pais não puderam vir buscá-lo, por conta do trabalho de ambos. Ele está de semblante triste, mantem-se calado e  de cabeça baixa, mostrando sua vontade de ficar aqui! Se dependesse de mim e do avô, nem é preciso dizer que nos era muito, muito  prazeroso tê-lo morando conosco.
    Com fé em Deus, a viajem vai ser boa.  Espero não ter turbulência... Minha preocupação é com Denilsinho. Na despedia, ele prometeu ao amigos  voltar em dezembro.  Nelson sorriu ao ouvir essa promessa  do neto, aos amigos. Que dizer de mim? Claro que fiquei contente! Mas Denilsinho tá neste momento na varanda olhando para as árvores onde as iguanas costumam ficar por mai tempo. Nelson e eu fingimos não ver tão triste cena! Seu desconsolo em voltar pra  Niterói, é tão evidente! Mas... Os pais só têm ele, as aulas vão recomeçar. Por  vários motivos ele não deve ficar aqui!
    De repente, ele voltou-se pra mim e perguntou;
    -Vó, em Niterói tem onde comprar carimã    -Certeza, certeza, não tenho. Mas na feira deve ter. Só que é muito longe  de sua casa.
    -Mesmo longe, vou pedir a minha mãe para ir ver se acha, porque não quero ficar sem comer bolo de carimã, até dezembro, não.
    Ah, tá chegando o carro que vai nos levar ao aeroporto. Denilsinho dirigiu-se ao local onde o carro ia estacionar, sem se despedir do avô. Nelson e eu nos olhamos nos dizendo nesse olhar que não  o chamaríamos  pra se despedir do avô. Sabiamos o quanto ele estava triste.  Despedir-se, deixaria-o mais triste, ainda. Despedi-me de Nelson, entrei no carro,  o motorista deu partida. e lavamos nós rumo ao aeroporto.


terça-feira, 2 de junho de 2015

Dona Expedita.

    Dona Expedita tinha duas filhinhas.
       
             Criava-as sozinha
             Pegava-se com Deus
             em favor das filhinhas
             Vê-las  sadias era o desejo seu

    Vivia lavando roupas,  prestando alguns serviços doméstico e até na lavoura, para ganhar o sustento na lavoura do cacau, no sul da Bahia.
    Um dia, que triste dia! Dona Expedita notou sua filhinha menor estava com o rosto um tanto... Opado!!!?Deus meu. Me acuda!Pôs -se a examinar a criança, viu que as mãos, os pés também estavam na mesma jeito!A pobre criatura não pode conter o pranto. Que aflição! E perguntava-se:o que esta menina tem? Não sai do berço. aina nem anda! [ a criança tinha nove meses de nascida]. Será vermes? Deixe-me ver a barriga. Não, não. a barriga não está com jeito  de quem tem verme. Na fonte comentou com as amigas. Cada uma tinha uma opinião. É anemia, é falta de boa alimentação...  E crescia em dona Expedita, a aflição.
    Médico? Só na cidade. Dinheiro para a passagem, como arranjar, se o que ganhava mal dava para a alimentação?  Pedir carona aos fazendeiros, cadê coragem?
   E dona Expedita chorava, chorava... Se afligia cada vez que olhava para a filhinha, erguia a cabeça e perguntava a Deus: que faço, Senhor, que faço? Se o pai dela não tivesse ido embora, ele daria um jeito. Pelo menos tinha mais dinheiro.
   Uma vizinha lhe perguntou: cuma tu dêxa ela quondo sai?   Discarça [descalça] se, roupa no chão puro? Se for assim, é isso que ttá fazeno mar pra a minina.
    -Dêxo no belço, e vistida. só sai do belço, quando eu chego qui tiro, carço a percatinha pra botar no chão Pra brincar com a irmã mai maió.
    -Qui mistéro!!!
    -É, sim. Eu tô u'a agonia, só! Num sei qui fazê. Os dia passano, a minina piorano...
    - Dona Expedita lamentava a falta de dinheiro. Cuma, cuma resovê, meu deus, essa situação? Essa pobreza ixtrema  tá matano minha fia.
    Na casinha de tipa de dona  Expedita não tinha energia elétrica. água encanada,  o piso era de barro batido. Móveis? Nem pensar.
    Um dia quando dona Expedita chegou, que ia botando a chave na fechadura, ouviu a filha maior dizendo; chêla, Nêna, chêla. [Cheira]  O coração dela quase saiu pela boca, de tão acelerado que bateu. E, ao invés de abrir a porta, ela espinhou por um buraquinho, na parede, viu a menina maior botando o pavio do cadeeiro no nariz da irmãzinha! Dona Expedita não estava acreditando no que viu. Entrou, sentou-se no caixão de sabão que usava com cadeira, pegou a filha no colo,  dizendo-lhe: você tá matano sua irmã! Isso num se fais, fia! O qui vou fazê pra tu dexar de dar o pavio do candeeiro pra sua irmã, chêrar, fia?  Eu dexo ocês suzunha pru qui num tenho com quem dexar. Se eu num  trabaiar, quem vai dá di cumer a nói? o qui vou fazê agora cum  essa situação, fia? Ó Deus me ajuda! a menina arriou a cabeça e toda dengosa dise: Quando a sinhora sair, leva o candierto, mamãe.
   

O Dia Após o SÃO JOÃO.

    Amanheceu chovendo, no dia após o dia de São João.  é bem-vinda essa chuva, porque o outono  foi seco, por isso a terra está muito seca. E com a chuva, minhas visitas acordarão mais tarde, eu descanso um pouco, antes de  começar as tarefas domésticas. Só Nelson não se deitou pra tirar uma soneca. Está às voltas com a arrumação, limpeza, dando ordens pra isso, pra aquilo... Pra desespero dos trabalhadores. Ao pensar no desespero dos trabalhadores, chamei Nelson.
    -Você não acha que eles estão cansados?
    -Eu sei disso.  Também estou.  Se não botar tudo no lugar, como fica?
    -Nego. O lugar não é mais importante que os trabalhadores! Elas precisam descansar.
    -Nega, você tem sempre razão. Obrigado por me alertar. como já começamos, terminada a arrumação e a limpeza, dou folga o resto do dia.
    -Ah, que bom! Obrigada por me ouvir. como são  agradecidos, tenho certeza que por isso, vão pedir a Deus, bênçãos pra você.
    -Tem razão Nega. Nossos trabalhadores são sim...Muitos a nós pelos gratos aos benefícios que  lhes damos.
    Mal Nelson chegou à porta, me chamou já dizendo: visita. Levantei -me num pulo, passei as mãos no cabelo, fui escovar os dentes, e fui ver quem veio nos visitar.  Olha quem me aparece. As duas amigas, interesseiras! e já estavam devidamente instaladas no banco. Não sei se foi Nelson quem mandou, ou elas se auto convidaram a sentar.
   - Bom dia, meninas.
   -Bom dia dona. cuma passa ou de onte?
    Responderam ao mesmo tempo.
  -De ontem? Vocês saíram daqui, hoje, depois s cinco horas!
  Nun é qui é verdade? Nói se esquecemo disso. Perdão,
    Disse Ritinha, toda desconfiada.
    Cadê Pedrinho?
    Perguntou a amiga de Ritinha.
    -Dormindo. Chovendo, ele aproveita pra descansar.
    Intão a gente já vamo. vortamo mai tarde. Inté lá.
   Certo. Respondi com secura na voz. não sei se notaram. Que meninas! São boas pessoas, Mas...pegajosas. Ai, ai, ai. Estas duas vão causar problema  pro meu neto. Se ele estiver interessado em alguma menina da área.  Hum, sei não! Fosse uma. Mas, duas interessada no mesmo rapaz, no que isso vai dar? Pedrinho não é bobo. Saberá administrar a situação.
    Deixei que dormissem até a uma hora, quando chamei-os para almoçar.
    -Com que vamos tomar café?  Perguntou a amiga de Pedrinho.
    -café!!!? A essa hora? não. Já é o almoço.
    -Almoço!!!? Ah, não vou comer bolo de carimã e de milho verde?
    -Vai, sim. No lanche da tarde. Certo?
    - Ah, tá bom.
    Após o almoço, descansaram um pouco, papeando sobre os festejos joaninos, e resolveram tomar banho na lagoa eu perguntei: porque na lagoa? vocês estão cansados.
    -Cansados, sim. Mortos, não.  porque vamos deixar de tomar um banho prazeroso, gostoso... na lagoa? Nunca!
    disse o amigo de Pedrinho. E os três puseram se a gargalhar prazerosamente. Pegaram seus pertences necessários ao banho, deram-me beijos nas bochechas e disseram uníssonos: FUI. Mas... As duas amigas  moças casadouras, Foram chegando.  Após os cumprimentos, Pedrinho desculpou -se dizendo que estava de saída. Sem dizer aonde ia
    E eu fiquei olhando-os sumindo no caminho, rumo à lagoa, pedindo a Deus, proteção pra eles. Foi visível a frustração no rosto delas. Convidei-as à sentar, mas Ritinha  respondeu  obrigada,  já vamo.  num sabemo se ainda vamo vortá. Parece qui Pedrinho num gosta de nói!
    É elas travaram uma luta romântica, FERRENHA, mas ao que parece deram se por vencidas.
    -eu estou enganado ,ou uma, quem sabe as duas estão de olho no nosso neto, no amigo dele?
   Perguntou-me Nelson.
    -Nele. as duas queriam Pedrinho.
    -Não querem mais?
    -Acho que desistiram.
    - Ele sabe disso?
    -Sabe. E soube conduzir a situação, sem vexame!
    Nisso, Denilsinho, que estava ao lado, olhando as iguanas, numa distância que dava para nos ouvir,disse de lá; quando eu ficar rapaz vou ser igual a Pedrinho. que lição ele deu!  agindo assim, nuca vai se encrencar, nem aborrecer as minas. SABICHÃO!