quinta-feira, 23 de abril de 2015

Israel.

      Nelson foi à cidade. Estou esperançosa  que ele traga carta de nossa filha Délia, dizendo que  Denilsinho virá passar os festejos juninos, conosco.
      Enquanto aguardo, papeio com Israel, o filho da moça que me ajuda nos afazeres de casa, do quintal, na colheita das frutas, na confecção de doces, das polpas... ela é" pau pra  pra toda obra", como diz o ditado popular.
      Estamos sentados num dos dois bancos tosco que tenho na varanda. Somente ele fala!!! De repente lembrei-me que precisava falar com a outra vizinha, d. Zuca.
      -Israel,por favor, cale um pouquinho eme escute.
      -O qui a sinhora qué?
      -Ó, por favor, vá à casa de d. Zuca, diga que preciso falar com ela.
      -Tá. Vou in casa carçá os pé., dispois vou chama -ela.
      - Israel, você se incomoda se eu lhe ensinar uma coisa?
      - Não. Pru quê?
       -  Não se diz chama ela. Se diz, Vou chamá-la.
      Ah, intão, vou  chamá-la. Vorto já. Qua é mermo o recado?
      - Você só vai dizer que eu preciso falar com ela.
      Coincidemente, assim que ele saiu, d. Zuca chegou. abri-lhe a porteira, nos abraçamos,  afetuoasamente,e convidei-a à sentar no banco. Nisso, Israel ia passando no caminho, mas não viu d, Zuca, pois falou em um tom que desse para eu ouvi-lo:
      -Tô ino chamá d. Zuca.
      - Não precisa mais, Israel.
      Pru quê ? A sinhora já chamá-la?