segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Mais Uma de Diná.

    Diná tinha prometido deixar de exercer suas travessuras malvadas. Mas... num certo dia, dia no qual sua irmã, Diva tinha que dar um recado a mando da mãe de ambas, à dona Nilmaria. Diná não resistiu à mais uma travessura.  e a coitada e ingênua irmã, sobrou!
    Quando diva se arrumou para ir dar o recado a dona Nilmária, perguntou a Diná qual era o pé direito e o esquerdo das sandálias que calçaria. Minha sandálias são tão lindas! Nossa mãe é pobre, mas que bom gosto  tem! Olha com as tiras são bem trançadas, o azul turquesa lindo, Lindo! Diná ensinou. Errado. Mas a garota na sua ingenuidade não percebeu no rosto da irmã a sonsidade estampada.
    A menina saiu  toda faceira, saltitando no seu vestido branco de babado na saia e um laço de fita também branco, bem feito, na cintura. Duas tranças  trazidas para frente dos ombros, com laços de fita azul.
    quando Diva saiu do caminho da casa, até onde começa a estrada e acesso às outras localidades, ela
                                  Até se atrapalhou.
                                 Mas rapidinho lembrou.
                                 E pula pra lá...pensou:
                        Será que lembrarei o recado que mamãe mandou?

    De repente ela notou que as pessoas olhavam demoradamente pra ela. Passau a mão na cabeça, Olhou o vestido. Não estava amassado nem apertado ou folgado. Desceu a vista para os pés, achou que as sandálias estavam bem.  Pensou: talvez não me conheciam. É, deve ser isso. Tadinha! Ela sacudiu a cabeça para espantar a os pensamentos ao seu estar apresentável, e se mandou, toda contente, pois acabou de lembrar que lembrou-e de todo o recado para dona Nilmária.Seu pensamento pulou para a mãe. Tão pobre! E

                              De pequena estatura
                              Pouca. Quase nada de cultura,                    
                              Mesmo quase culta,
                              Se preocupa com a vida futura...

                              Das amadas filhas
                              Deseja pra elas, uma vida... fina.
                              Pede proteção Divina,
                              A saída desta pequena ilha.

    A menina tem certeza que é esse o pensamento da sua mãe.
    Ao aproximar -se da casa de dona Nilmária, viu um grupo de crianças jogando pião. Cada qual mais enfitado que outro, maiores, menores...  Um deles olho atentamente para os pés de Diva, cutucou outro, este cutucou o mais próximo. Enfim, todos foram cutucados, então o garoto apontou para os pés de diva. Ah! que alarido, algazarra, fizeram! Rápido,ela entendeu que era com ela, aquela gozação alvoroçada e desmedida! Não pode conter as lágrimas! Paralisada com estava, não conseguiu sair dali, perguntar o que estavam vendo de errado e feio nela. E gritavam a todo vapor.

                                Cinderela perdeu  o sapato de cristal
                                Mas esta amarela,
                                por sinal, também bela
                                Calçou-os errados. Foi mal.

    E bisavam o foi mal, sob risadas. Risadas não. Gargalhadas e assovios. A menina só chorava.    Que petizada sem respeito! Deseducadas... De repente,  a poucos metros, abriu-se uma porta na qual apareceu uma senhora gorducha e enorme na sua estatura, perguntando bem alto. Que vocês estão vendo nesta criança, para infernizá-la dessa maneira? Está descabelada, suja, esfarrapada? mesmo que estivesse assim, não e´pra fazerem chicana. é pra ter respeito, porque ninguém nasce pobre querer E pobreza não é defeito. Eles apontaram para os pés de Diva, saindo em debandada.
     A senhora aproximou-se da menina abraçando-a, dizendo que tudo passou.
    -Quem é você, menina?
    Sou diva. Filha de Edenilda.
    -Ah, minha amiga.  Como está sua mãe?  
    -Tá bem. Vim trazer um recado que ela mandou.
    -Sim, sim. Primeiro vamos  lá pra casa, se acalmar, Depois você me diz.
    Chegando em casa, dona Nilmária mandou Diva sentar-se no banco e disse
    -Que cambada! ninguém nasce sabendo. Porque eles ao invés de lhe ensinar a calçar, fizeram aquela algazarra toda, não lhe ensinaram  com respeito, que suas sandálias estão erradas?  Também podemos nos enganar, ao calçar os pés.
    -Não, não, dona Nilmária. foi Diná que me ensinou. Foi mais uma de Diná. Eta diná!