segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Vida Seca

      Sono sem sonho
      por longos anos
      duma criatura débil
     solitária, taciturna
     Sem atitudes vis
     Põe-se rubra ante os viris
     jovens paqueradores
     Sofre, sore horrores
     por sentir-se inclinada à mártir!
     Já que não sonha,
     não lhe vem ilusão
     de nadar em grana,
     Banho de loja,
    embelezar-se em salão...
    Aulas de piano?é sonho. e sonho ela não tem.
    O que lhe vem:
    desilusão, angustia e ingratidão
    da vida que pra longe lhe chuta
    da alegria, do prazer, do amor...
    Ainda  cai-lha a culpa por se indispor
    a estender tapete
    aos já grisalhos com de arcaico flerte
    Assim, no seu mundo sem sonho
    faz um balancete:
    Desconhece riso, abraço...
    só longos paços
    rumo à um futuro não risonho,
    Nessa vida tão..., tão apagada
    mas de longa jornada!